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Alojamento turístico: “brandéco”, a era dos “apartamentos-conceito”, chega a Portugal

Ensinar a aproveitar e valorizar ao máximo o potencial de cada espaço e tornar as casas mais atrativas é o objetivo da rubrica quinzenal do idealista/news, assegurada pela Home Staging Factory.

O arrendamento temporário de casas particulares tem vindo a crescer exponencialmente e a originar novos negócios à volta desta recente modalidade de alojamento turístico.

O que começou por um conceito simples (se vais de férias ou tens uma casa vazia, porque não prepará-la e arrendá-la a turistas) está agora a originar múltiplos conceitos.

A simplicidade e a alta rentabilidade do negócio levou milhões de pessoas em todo o mundo a aderir a esta modalidade. De tal forma que, o líder dos portais de alojamento temporário lançou esta semana a campanha “Cuba Libre” e está a oferecer as estadias em Cuba para cidadãos norte-americanos. Só em Cuba, desde abril, foram colocados online mais de 2.000 alojamentos temporários.

A explosão do alojamento turístico “caseiro” está agora a originar a profissionalização dos mercados mais maduros e a desencadear uma série de alterações, exigências e desafios quer para os operadores quer nos próprios alojamentos em si.

As casas que se arrendam já não têm características de “casas particulares” mas antes de casas “com particularidades” desenhadas e preparadas profissionalmente para receberem hóspedes. Tudo é pensado ao mínimo detalhe para proporcionar uma experiência de férias “inesquecível”, “autêntica”, “de luxo” ou qualquer outro adjetivo cativante.

Os turistas já não são recebidos apenas pelo dono da casa mas muitas vezes por empresas especializadas em “gestão de património imobiliário e arrendamento temporário” ou por pessoas cuja atividade profissional é ser “anfitrião”; “amigo” ou mesmo “um local”. Há ainda casos em que os hóspedes simplesmente recebem um código por SMS que lhes dá acesso ao apartamento, como se de uma apart-hotel se tratasse.

E, se na génese deste negócio, eram os proprietários que arrendavam a própria casa ou disponibilizavam um quarto, hoje quem investe no negócio são pequenos e grandes investidores imobiliários que adquirem apartamentos ou prédios inteiros com o propósito de os transformar em alojamento turístico.

Estas alterações têm vindo a imprimir uma nova dinâmica ao mercado imobiliário e turístico e a gerar negócios complementares, novos desafios e novos conceitos.

É curioso que quando a Home Staging Factory surgiu em 2010, foi criada com o objetivo de “transformar paredes e vigas em sonhos e emoções”.

Na origem desta ideia, estava o home staging, um conceito de valorização imobiliária que une os princípios do marketing, branding e design de interiores, com o objetivo de “criar casas que marcam” para que destaquem no mercado. Um conceito cujo mote é “marca + design = valorização e diferenciação”.

Hoje, quando olhamos para o desenvolvimento do alojamento local impulsionado pelo enquadramento legal e pela entrada de grandes investidores no mercado confirmamos a necessidade e aposta crescente no branding dos “apartamentos turísticos” como fator de valorização.

Atualmente, aos investidores não basta comprar, mobilar e promover o apartamento nos sites internacionais. Hoje procuram-se “conceitos de marca” que deem uma razão de escolha ao hóspede, que o façam preferir determinada casa em relação a outra; conceitos que apaixonem e o façam iniciar a viagem ainda antes de sair de casa. Hoje mais que nunca aposta-se na criação de nomes, assinaturas e logótipos que conjugados com a estética, o conforto e a funcionalidade do apartamento, o tornem um produto irresistível.

O turista atual quando procura um alojamento para passar férias já não encontra apenas casas particulares, descobre “Gem apartments” ; “Art-rooms”; “luxury private hotel” ou “Design & Soul Apartments” .

De tal forma, que existe inclusive quem, para se afastar do conceito dos apartamentos turísticos, posicione na origem deste negócio “uma casa normal, não um hotel” ou “Feel like local”.

Assim como a Lagoa das Sete Cidades está a deixar de ser verde e azul, e a ganhar uma tonalidade verde azulada, também o mercado do alojamento local está rapidamente a deixar de ser um “Blue Ocean” e a passar a “Red Ocean”.

Uma mudança que vai, não só obrigar os operadores atuais a redefinir estratégias e criar o seu próprio espaço, como também levar certamente à criação de novos conceitos e à exploração de nichos que estão atualmente esquecidos.

Estaremos cá a acompanhar a mudança!

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