Um turismo rural no centro do país que atrai cada vez mais portugueses. Manuel Casal, um dos sócios-fundadores, fala das origens do projeto em entrevista ao idealista/news.
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Uma aldeia inteira que é uma “casa” e um paraíso seguro em tempos de pandemia: esta é a Villa Pedra
Um turismo rural localizado na encosta da Serra de Sicó (Coimbra) Carlos Cezanne

Um refúgio de luxo numa aldeia (antes) deserta e agora povoada por casas batizadas com nomes de árvores e ervas aromáticas. O Villa Pedra Natural Houses começou como um projeto de vida, mas rapidamente ganhou a forma de um turismo rural. Nasceu numa encosta da Serra de Sicó, no centro do país, na antiga Aldeia de Cima, que esteve ao abandono mais de 70 anos, e tornou-se num local atraente para escapar ao reboliço da cidade. Em tempos de pandemia, assumiu-se, também, como “casa” segura e tranquila, perfeita para desfrutar da natureza e ar puro que (só) a vida no campo oferece.

Num ano em que se fecharam as fronteiras e se colocaram restrições à mobilidade, o Villa Pedra viu crescer o número de hóspedes portugueses, atraídos pela privacidade, serenidade, e também o calor (em época de verão), próprios do interior do país. Este paraíso nasceu há alguns anos pelas mãos do empresário Manuel Casal, dono da loja de vestuário de luxo Stivali, na Avenida da Liberdade, em Lisboa, e do seu sócio, Eckhard Frank, a quem também se veio a juntar o arquiteto Vítor Mineiro, que assinou o projeto.

Trata-se de uma aldeia inteira que é uma só "casa", feita de várias pequenas casas. São 14, no total, todas diferentes, entre as quais as antigas escolas primárias, feminina e masculina, da antiga aldeia, com acesso a uma zona 'chill out' com piscina, terraços e vários jardins. No Villa Pedra Natural Houses, os hóspedes podem dormir no jasmim, alecrim, cerejeira, nespereira ou limoeiro - tudo nomes de batismo de algumas das casas -, e desfrutar da autenticidade e serenidade do campo. 

Mas, afinal, o que é que distingue este projeto? Como é que nasceu e porquê? E como se vivem estes tempos de pandemia? Manuel Casal, sócio-fundador do Villa Pedra, responde a estas e outras questões em entrevista ao idealista/news. 

Uma aldeia inteira que é uma “casa” e um paraíso seguro em tempos de pandemia: esta é a Villa Pedra
No centro do país, um paraíso rural Carlos Cezanne

Em que ano nasceu a Villa Pedra Natural Houses? Pode contar-nos um pouco sobre a história de como tudo começou?

Em 2009. Começou por ser uma propriedade privada, que ganhou outras proporções com o entusiasmo de vermos nascer o projeto. Villa Pedra Natura Houses nasceu da recuperação da antiga Aldeia de Cima, em Cotas, na Serra do Sicó, que estava abandonada há 70 anos. Quisemos respeitar a traça original das casas, com recurso a técnicas de construção em blocos de pedra calcária cobertas de cal ocre, preservando a estética, a base ecológica e a herança cultural. Quisemos manter a memória do lugar e dar-lhe nova vida.

Em que é que este turismo rural se distingue dos demais? Em que segmento se posiciona?

Cada unidade hoteleira tem a sua identidade. Mais que um turismo rural, Villa Pedra é uma aldeia com a sua autenticidade. Queremos receber bem e garantir todo o conforto aos nossos hóspedes. Cada casa é distinta, cuidamos de todos os detalhes e queremos oferecer um serviço irrepreensível, com as pessoas e os produtos da terra, porque queremos que seja genuíno.

São 14 casas no total e cada uma tem o nome de uma planta. Pode explicar-nos este conceito?

Cada casa recebeu a designação das árvores e ervas aromáticas que se encontram na propriedade – jasmim, alecrim, cerejeira, nespereira, limoeiro... É a nossa riqueza natural e queremos enaltecê-la. Conferimos a cada uma a sua personalidade, com objetos de design e peças de decoração inusitadas e todos os confortos modernos, como televisão por cabo, internet, aquecimento central ou ar condicionado. A exceção são as escolas masculina e feminina, mais uma vez, o património existente, uma memória que quisemos preservar mantendo esses nomes e referências aos estabelecimentos de ensino da época no mobiliário e decoração.

"Conferimos a cada [casa] a sua personalidade, com objetos de design e peças de decoração inusitadas"

O que é que Villa Pedra tem para oferecer a quem a visita?

Espaço, segurança, tranquilidade, conforto, autenticidade, bem-estar, ar puro, tempo. Esta é a melhor das viagens: o regresso às origens e ao melhor que Portugal tem para oferecer, a sua autenticidade.

Uma aldeia inteira que é uma “casa” e um paraíso seguro em tempos de pandemia: esta é a Villa Pedra
Piscina Carlos Cezanne

O que é que levou o Manuel, dono de uma famosa loja de marcas de luxo (a Stivali), à vida no campo?

A mudança de registo é saudável e o campo tem muito para nos oferecer. Temos a Toscana, Saint-Tropez e muito mais no nosso país.

Quem são os clientes de Villa Pedra? De que nacionalidades?

Temos uma clientela diversificada, dos 25 aos 65 anos, de todas as nacionalidades, da Europa à América do Norte. Neste momento, 80% são portugueses.

É um dos destinos preferidos das celebridades. Pode indicar alguns nomes que já passaram por aí?

A discrição é a nossa forma de estar na vida e os nossos clientes sabem disso. Todos recebem a mesma atenção e são igualmente importantes.

Uma aldeia inteira que é uma “casa” e um paraíso seguro em tempos de pandemia: esta é a Villa Pedra
Exterior Carlos Cezanne

De que forma é que este projeto tem contribuído para o desenvolvimento da região?

Somos mais um ponto de atração turística e os nossos hóspedes vão conhecer a região, os monumentos, do Castelo de Penela às ruínas de Conímbriga e as grutas de Mira Daire, as praias fluviais, os restaurantes locais e os produtos, como o queijo do Rabaçal ou os vinhos da sub-região Terras de Sicó. Ganhamos todos com o funcionamento em rede. A região centro tem muito para oferecer e tem sido pouco explorada, isso é a mais-valia para quem gosta de partir à descoberta e explorar novos locais.

"A região centro tem muito para oferecer e tem sido pouco explorada"

Qual o efeito da pandemia no negócio de Villa Pedra? Que plano traçaram para reagir a este momento?

Os nossos clientes passaram a ser maioritariamente portugueses. A zona centro tem imenso potencial turístico, tem muitos pontos de interesse natural e cultural e os portugueses começaram a descobrir essas atrações. Temos praias fluviais incríveis, uma gastronomia rica e diversificada e bons acessos, estando muito próximos das principais cidades - 188 kms de Lisboa, 168 do Porto e 28 de Coimbra.

"A zona centro tem imenso potencial turístico (...) e os portugueses começaram a descobrir essas atrações"

Os nossos planos não se alteraram, além dos cuidados extra da disponibilização de máscaras e álcool gel nas casas, mas já oferecíamos o distanciamento que se procura e as nossas casas são para pequenos grupos, duas ou quatro pessoas, garantindo a privacidade dos hóspedes, e com jardins privados. Toda a envolvente é ampla. Na cozinha, estão salvaguardadas todas as exigências da DGS, os pequenos-almoços já eram servidos em cada casa, apenas passámos a disponibilizar também as refeições principais em casa. Foram pequenos ajustes ao nosso funcionamento. O selo “Clean & Safe”, do Turismo de Portugal, atesta a confiança na estadia.

Têm registado procura por parte de quem quer passar agora temporadas mais longas, para estar longe dos centros urbanos?

Sim, temos tido procura de estadias de longa duração, algumas de cerca de um mês.

Uma aldeia inteira que é uma “casa” e um paraíso seguro em tempos de pandemia: esta é a Villa Pedra
Interior da casa Alecrim Carlos Cezanne
Uma aldeia inteira que é uma “casa” e um paraíso seguro em tempos de pandemia: esta é a Villa Pedra
Interior da casa Nogueira Carlos Cezanne
Uma aldeia inteira que é uma “casa” e um paraíso seguro em tempos de pandemia: esta é a Villa Pedra
Piscina iluminada, à noite Carlos Cezanne
Uma aldeia inteira que é uma “casa” e um paraíso seguro em tempos de pandemia: esta é a Villa Pedra
Vista geral do espaço Carlos Cezanne

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1 Comentários:

Cristina
28 Setembro 2020, 11:54

Potencial Turistico se existisse um aeroporto e mais infa estruturas, Coimbra tem estradas péssimas spaghetti Junction.

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