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Crédito à habitação: “Os bancos nunca mais vão voltar a fazer a asneira de dar spreads de 0,25%”
GTRES

Três anos depois de estarem sem mexer nas elevadas taxas que cobram pelos créditos à habitação, a quase totalidade dos bancos a operar em Portugal está a baixar os spreads desde o início de 2014. Mas os portugueses podem esquecer taxas de 0,3% como antes da crise. Pelo menos, esta é a convicção do diretor da área de imobiliário do Millennium bcp.

“Do meu ponto de vista, os bancos nunca mais vão voltar a dar spreads desses valores”, declara José Araújo, em entrevista ao idealista News Portugal, considerando que neste momento há ainda margem no mercado para a banca nacional dar taxas mais competitivas no crédito à habitação.

“Os spreads estão relacionados com o risco e o custo do dinheiro. E, neste momento, há liquidez no mercado e o risco de Portugal tem vindo a melhorar lentamente”, explica o gestor financeiro do BCP.

A retoma do interesse dos bancos portugueses em conceder crédito para a compra de casa após três anos em que fecharam a torneira está, por outro lado, “relacionada com as regras de desalavancagem que as instituições financeiras tiveram que cumprir” por indicação do Banco de Portugal e da Troika, diz José Araújo.

“Agora que os patamares foram atingidos, os bancos podem voltar a injetar crédito na economia”, acrescenta, salientando que, “com o início de uma melhoria da situação económica do país e a estabilização dos preços dos imóveis, começa a haver mais procura por crédito”.

"Depois da crise a concessão de crédito é feita com mais cuidado"

Araújo garante que o BCP nunca deixou de fazer crédito à habitação, nem crédito às empresas, mas assegura que “depois da crise a concessão é feita com mais cuidado, porque os bancos nunca mais vão voltar a fazer as mesmas asneiras como spreads demasiado baixos, por exemplo”.

O responsável pela área de imobiliário afirma assim que o banco tem “soluções de crédito atrativas, mas sempre adequadas ao risco de cada cliente”.

Para os imóveis habitacionais do banco, atualmente o intervalo de spreads é entre 1% e 2%. Já o leasing para as empresas pode variar entre 2% e 4% e o crédito direto entre 4% e 5%.

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