Comentários: 0

O Banco de Portugal (BdP) está determinado a evitar que casos como o do BES voltem a passar no sistema financeiro português, nomeadamente, devido a conflitos de interesses entre acionistas e as instituições. Nesse sentido, o regulador quer que Tomás Correia seja substituído na liderança do banco Montepio Geral, que agora acumula com o cargo de presidente da Associação Mutualista. 

Outra das exigências do BdP é que o novo presidente do Montepio – que deverá ser o antigo ministro das Finanças Fernando Teixeira dos Santos – nomeie administradores para a área financeira e para o retalho que sejam independentes da casa-mãe do banco. 

O jornal Público escreve que a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, já está a analisar o novo regime jurídico das caixas económicas, que visa tornar mais fácil a supervisão do banco pelo Banco de Portugal e possibilitar a entrada de capitais privados e estrangeiros em instituições como o Montepio Geral.

O banco, que é alvo de uma auditoria da Deloitte pedida pelo Banco de Portugal, terá de nomear um novo presidente até dezembro, quando termina o mandato de Tomás Correia, gestor que tem concentrado em si a liderança tanto da Associação Mutualista como do banco.

Além da dependência entre a casa-mãe e o banco, outro dos pontos de contacto com a crise do BES/GES de que o jornal fala diz respeito à colocação de 200 milhões de unidades de participação para reforço do capital do Montepio Geral.

Segundo o jornal, terão existido casos de clientes que foram persuadidos a converter depósitos comuns em títulos como estes, com promessas de rentabilidade que não se verificaram e que, tal como o papel comercial do BES não beneficiam do Fundo de Garantia de Depósitos. Estes títulos estão a negociar abaixo do preço de emissão e tem sido, sobretudo, o próprio banco a comprar no mercado.

Ver comentários (0) / Comentar

Para poder comentar deves entrar na tua conta