Comentários: 0
Falta de licenciatura impede 5.000 técnicos da construção de trabalhar em Portugal
idealista/news

Há cerca de 5.000 técnicos de construção em Portugal, cujos cursos foram patrocinados pelo Estado nos anos 80, que agora estão em risco de não poder exercer a atividade e despedir milhares de trabalhadores, devido a uma lei em vias de não ser revista pelo Governo, denuncia a Associação dos Agentes Técnicos de Arquitetura e Engenharia (AATAE).

O Diário de Notícias escreve que esta é a primeira vez em Portugal que uma alteração de regime jurídico anula competências que o próprio Estado atribuiu a uma classe profissional.

Durante uma década, nos anos 80, o Estado patrocinou cursos técnicos de construção porque havia falta de profissionais.

No final da década passada, e na sequência de ser criada a Ordem dos Arquitetos, uma nova lei determinou que os agentes técnicos, sem licenciatura, deixavam de poder assinar projetos com menos de 800 metros quadrados de construção e/ou quatro andares acima da soleira e são muito restringidos na gestão e fiscalização de obras.

Sem licenciatura, construtores são obrigados a fechar as portas

"A lei de 2009 previa um período transitório de cinco anos para os agentes técnicos tirarem uma licenciatura - qualquer uma, mesmo que nada tenha a ver com o setor - para poderem continuar a trabalhar até 2016. Depois disso, acabou-se", explica o presidente da Associação dos Agentes Técnicos de Arquitetura e Engenharia (AATAE), citado pelo DN.

"O que vai suceder a 31 de outubro, se a lei não for revista? Vou fechar as portas e vou despedir o meu funcionário, mas vou mandá-lo pedir satisfações a quem criou esta situação", desabafa, também ao DN, Remígio Rodrigues, 57 anos, proprietário de um gabinete na Póvoa de Lanhoso (Braga).

"O que está em causa é uma verdadeira cassação da carteira profissional, sem qualquer justificação", defende este responsável, em sintonia com os juristas da AATAE.

Ver comentários (0) / Comentar

Para poder comentar deves entrar na tua conta