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Complexo de luxo em Óbidos está na falência e só um milagre o pode salvar
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As empresas que compõem a estrutura acionista do Bom Sucesso Design Resort, Leisure & Golf estão na falência e o resort está à venda. O Estado investiu milhões de euros neste empreendimento em Óbidos e não sabe se os conseguirá recuperar. E os proprietários das casas desenhadas por arquitetos de renome nacional e internacional tentam salvar o campo de golfe para evitar a sua degradação e perda de valor dos ativos imobiliários.

Segundo uma reportagem publicada na Gazeta das Caldas, a construção de um hotel Hilton de cinco estrelas está parada há dez anos

Em causa está um empreendimento turístico de grande qualidade que não tem paralelo com a sua realidade jurídico-financeira, lê-se no artigo. “Só um olhar mais atento denota que há ainda bastantes casas em construção e muitas delas com as obras paradas. O edifício do hotel Hilton está praticamente concluído, mas o estaleiro está fechado. Estima-se que 75% da obra esteja terminada. Falta o resto”, é referido na reportagem.  

O campo de golfe mantém-se em funcionamento, apesar da empresa que o explorava ter falido, e a maioria das casas estão vazias. 

Ricardo Salgado e José Mourinho investiram

No fundo, o Bom Sucesso Design Resort, Leisure & Golf, que até foi um projeto PIN (Projeto de Interesse Nacional) atribuído durante o governo de José Sócrates, está insolvente depois da crise do imobiliário e após um período de grande expansão inicial, no qual se venderam 430 das 600 casas previstas. Ainda assim, só 350 casas foram construídas, já que alguns proprietários não iniciaram as obras.  

De referir que mais de 70% das casas transacionadas foram compradas por estrangeiros, sobretudo ingleses, irlandeses e espanhóis. Os imóveis valiam entre 300 mil euros e um milhão de euros, aproximadamente, e são várias as personalidades que compraram uma habitação no complexo, como por exemplo Ricardo Salgado e José Mourinho.   

Com a chegada da crise, o Bom Sucesso Design Resort, Leisure & Golf estava entre 60 a 70% construído. Mais recentemente, com a queda do BES, que financiava o projeto, as empresas acionistas foram declarando falência. Uma das principais vítimas foi o hotel Hilton, que representava um investimento de 27 milhões de euros, dos quais 13,6 milhões eram fundos comunitários.  

Estrutura acionista complexa

Cerca de metade do capital da estrutura acionista do Bom Sucesso pertence a um fundo imobiliário fechado que é integralmente detido pela Acordo Óbidos SA, que, por sua vez, é detida a 100% pela Bom Sucesso SGPS. As duas estão insolventes, mas o fundo existe e está em Plano Especial de Recuperação (PER). O objetivo é protegê-lo dos credores, entre eles a Caixa Nova Galícia, que reclama créditos de 30 milhões de euros.  

A outra parte do capital pertence à família Graça Moura (24%), que foi promotora do projeto, ao BES PME Capital Growth (15%) e ao Estado, que através da Portugal Ventures (uma operadora de capital de risco público) detém 15% do capital. São todas estas entidades que detém, por sua vez, a empresa que trata da exploração do empreendimento (BS Atividades Hoteleiras e Turismo SA) e a que trata do campo de golfe (Golf Bom Sucesso SA), ambas insolventes.  

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