Milhares de imóveis de bancos à venda com desconto no SIL

A venda de imóveis com desconto e condições preferenciais de financiamento é a grande aposta da banca este ano no Salão Imobiliário de Portugal (SIL). O idealista/news falou com todos os bancos presentes na feira que está a decorrer em Lisboa até ao próximo domingo e ficou a saber que há "boas oportunidades" de negócio tanto para particulares como investidores, com a oferta de milhares de imóveis de todos os tipos, um pouco por todo o país.

Em causa estão imóveis residenciais, comerciais e de serviços, que os bancos herdaram de clientes incumpridores e que querem alienar para limpar os balanços e deixarem de sofrer os impactos negativos provocados pelos ativos imobiliários nas suas contas.

Para isso, e aliciar os clientes a comprar, a estratégia das instituições financeiras presentes no SIL passa por oferecer imóveis com desconto face aos preços de referência e com condições mais favoráveis de financiamento.

A maior parte da oferta disponível neste momento, e fruto da conjuntura económica e do perfil de venda dos ativos, é de imóveis não residenciais.

O Banco Popular é um exemplo disto mesmo. A instituição financeira espanhola tem 3.000 imóveis à venda no SIL e cerca de dois terços são não residenciais, tal como explicou ao idealista/news o coordenador executivo imobiliário, Nuno Matos.

Escritórios, lojas, armazéns e lotes de terreno fazem parte da carteira que o Popular tem para oferecer a investidores com linhas de crédito específicas bonificadas. "Mas também temos casas para habitação e com condições mais favoráveis de financiamento", adianta o responsável, precisando que os particulares podem beneficiar de um spread a partir de 1,25% e empréstimos para 100%.

Também a CGD tem maioria de imóveis não residenciais (logística, comércio e serviços) na carteira de mais de 3.300 ativos que tem para vender no SIL. "São sobretudo resultado de insolvências e falências de empresas por dação de bens em pagamento", diz ao idealista/news o diretor adjunto do negócio imobiliário da Caixa, Artur Correia.

No segmento residencial o banco do Estado também tem ofertas. Os particulares podem usufruir de taxas fixas a cinco ou dez anos no crédito à habitação e os financiamentos podem chegar a 45 anos, com uma redução de 0,75 pp.

O BCP é outro dos bancos que participa na feira, neste caso a convite da Garvetur. O Millennium tem em média três mil imóveis em carteira para vender, dos quais cerca de 80% são do segmento não residencial, e que pretende escoar, seja no SIL, seja através de outros canais de venda, como as mediadoras imobiliárias de quem é parceiro.

"Somos muito agressivos na comunicação ao mercado e apostamos muito na oferta de condições preferenciais de financiamento, sendo que hoje em dia já não temos que esmagar tanto o preço de venda", esclarece ao idealista/news José Araújo, diretor do negócio imobiliário do BCP.

O Novo Banco é de todas as instituições financeiras presentes a que tem maior número de imóveis para vender.

"Temos como objetivo alienar mais de sete mil imóveis, que resultaram de malparado e que se dividem de igual forma entre os segmentos residencial e não residencial", adianta ao idealista/news Miguel Rosa, da área de gestão de real estate do banco.

A Caixa de Crédito Agrícola diz que se distingue de toda a concorrência. "Marcamos a diferença pelo tipo de ativos que temos para vender", argumenta a diretora de comunicação Isabel Matos, frisando que "quase todos os nossos imóveis (perto de 2 mil entre residencial e não residencial) são fora das grandes áreas metropolitanas devido ao perfil mais rural dos nossos clientes".

Sem querer precisar o número de imóveis que tem para venda, o Montepio também está presente no SIL. "Pretendemos reforçar a divulgação e promoção da nossa carteira de ativos imobiliários para continuar a escoar os imóveis que herdamos e nos pesam no balanço", afirma Fernando Santo, administrador da instituição, dando nota de que "esta operação está a correr muito bem. No final do terceiro trimestre já atingimos o objetivo de vendas que tínhamos traçado para todo o ano", sem mais uma vez dar valores.

O Santander Totta é o único dos bancos que participa na feira do imobiliário de Portugal que não está ali para vender imóveis. "A nossa estratégia é impulsionar as vendas no crédito à habitação e apoiar os nossos parceiros de mediação imobiliária no financiamento dos imóveis que estão a vender", revela ao idealista/news Rodrigo Nascimento, diretor comercial do Santander Totta.