Comentários: 0

As alterações à Lei das Rendas que o Governo está a preparar não são consensuais. Uma das medidas com maior relevância no arrendamento comercial é o alargamento do número de empresas que beneficiam do período de transição com aumentos de rendas mais suaves. E as associações de proprietários têm visões diferentes sobre o assunto.

A Associação Lisbonense de Proprietários (ALP), segundo escreve o Diário Económico,  repudia as alterações e classifica-as como "um desvirtuamento e um recuo flagrantes de uma das mais importantes reformas legislativas das últimas décadas". Para a ALP, o Governo voltou "a ceder à pressão dos sectores que, por interesse próprio, sempre se opuseram à liberalização e dinamização do mercado de arrendamento".  

Já a Associação Nacional de Proprietários (ANP) considera que as alterações agora propostas são justas e afirma que "é muito difícil arrendar espaços comerciais mesmo em Lisboa, exceptuando a Avenida da Liberdade e a Baixa lisboeta". "Para o presidente da associação, António Frias Marques, "houve qualquer coisa que escapou ao legislador em 2012, porque se uma empresa tivesse sete trabalhadores já ficava de fora do período de transição e outra com cinco não", explica ao DE.
 
E também a Confederação de Comércio de Portugal, segundo o diário, elogia as medidas anunciadas, mas deixa algumas críticas: o alargamento do período de transição de sete para oito anos "é claramente escasso".

Mais empresas com direito ao período de transição

Até agora, apenas as microentidades - com até cinco trabalhadores e 500 mil euros de facturação - tinham acesso ao período de transição. Com a proposta do Governo, as microempresas - com até dez trabalhadores e dois milhões de euros de facturação, mais de 90% dos negócios não financeiros - vão poder beneficiar do período de transição.

Além disso, o período que é de cinco anos, mas que na prática pode ir até aos sete anos será alargado para oito. O objectivo do Governo é dar mais segurança e estabilidade ao comércio e serviços com rendas antigas. "Esta é uma proposta que procura valorizar a actividade económica", afirma o ministro do Ambiente, Jorge Moreira da Silva.  

Ver comentários (0) / Comentar

Para poder comentar deves entrar na tua conta