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O diretor nacional do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), Manuel Jarmela Palos, é um dos 11 detidos por suspeitas de corrupção, branqueamento de capitais, tráfico de influência e peculato, no âmbito de uma investigação sobre atribuição de vistos gold. O responsável terá cobrado comissões na sequência da concessão dos referidos vistos, que são entregues – sobretudo – a estrangeiros não europeus que comprem casas em Portugal acima dos 500.000 euros.

Segundo o Correio da Manhã, Manuel Palos era conhecido no âmbito da investigação por “10%”. Em causa está uma frase sua apanhada numa escuta telefónica e que o Ministério Público (MP) e a Polícia Judiciária (PJ) acreditam ser uma referência clara aos valores que cobrava de comissões em troca de um aval seu na atribuição de determinados visto dourados. Os mesmos implicavam investimentos milionários no imobiliário por parte de imigrantes, sobretudo chineses e angolanos.  

Também haverá cidadãos angolanos envolvidos enquanto intermediários, que fazem angariação de clientes de vistos dourados para Portugal, no esquema de recebimento de luvas. A publicação escreve que um dos suspeitos é um empresário de Angola com estreitas ligações ao governo do país, já que foi consultor do Ministério da Justiça em Luanda e chegou a colaborar num protocolo que envolvia o ministério homólogo em Portugal, tutelado por Paula Teixeira da Cruz. O empresário em causa tem ligação direta a António Figueiredo, presidente do Instituto dos Registos e Notariado (IRN), também ele detido. É no IRN, de resto, que se concentra o grosso da investigação da PJ. 

Em investigação estão também as colaborações de quatro outros funcionários do IRN que chegaram a ir a Angola dar formação no âmbito de um protocolo entre os dois ministérios da Justiça. Os mesmos terão colaborado numa das empresas do empresário angolano que é amigo de António Figueiredo. 

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