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Depois de um período de ouro na década de 80, a crise na construção insiste em não parar no Algarve. Os edifícios concluídos estão em queda há 10 anos seguidos e 2014 fechou com menos de 650 edifícios acabados, o número mais baixo das últimas décadas e muito aquém do alcançado em 2004, quando foram concluídos cerca de 3.000 edifícios.

Os últimos dados do INE mostram assim que o setor mantém a tendência de definhamento na região, com a construção de edifícios a atingir níveis cinco vezes inferiores aos que atingira há uma década, escreve o Jornal do Algarve.

Um estudo sobre a ocupação do solo português (Corine Land Cover 2000), citado por este meio, mostra que a a área construída no Algarve cresceu 55%, entre 1985 e 2000, sendo que o Algarve apresentou neste período o índice de construção mais elevado do país.  
 
Mas a elevada oferta de habitação (uma grande parte das habitações que existem na região estão vagas e não funcionam como residências habituais), a dificuldade de acesso a novos créditos e a acentuada crise que afeta a vida das pessoas inverteram a tendência dos tempos áureos da construção.  
 
O ano passado transformou-se assim no pior para a construção civil no Algarve desde que há estatísticas do setor. Os dados do INE revelam ainda que no terceiro trimestre de 2014 (julho, agosto e setembro) foram apenas concluídos 104 edifícios, o valor mais baixo de todos os trimestres analisados até agora. Assim, é certo que 2014 vai ficar na história como o pior de sempre para o setor da construção.  
 
2015 pode ser o ano da inversão  
 
Apesar deste cenário negro, a AECOPS acredita que o pior já terá passado e que 2015 será "o ano da inversão do profundo e histórico ciclo de crise que tem devastado o setor da construção", que já dura 13 anos nas contas desta associação.  
 
A construção deverá, segundo a AECOPS citada pelo Jornal do Algarve, crescer 1,5% este ano, pondo fim a um período durante o qual a produção da atividade se contraiu 58% em todo o país (e perto de 80% no Algarve).  
 
As previsões da associação baseiam-se em pressupostos como "o pleno acesso do país aos mercados financeiros, o início de um novo ciclo de apoios comunitários e o aumento do investimento direto estrangeiro no imobiliário e na aquisição de empresas".  

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