Comentários: 0
2015 em vias de ser um ano histórico para o imobiliário nacional, segundo a JLL
GTRES

Este poderá ser um ano histórico para o setor imobiliário nacional, sobretudo no que diz respeito à área de investimento, onde os níveis de atividade podem superar o pico mais elevado do mercado atingido em 2007. Em causa estão dados que constam no relatório anual “Mercado Imobiliário em Portugal”, divulgado pela consultora JLL.  

Para Pedro Lancastre, diretor geral da JLL Portugal, “2014 foi um ano de excelente performance para o imobiliário português, com boas histórias para contar”. Segundo o responsável, “a comunidade de investidores internacionais está cada vez mais atenta” a Portugal, “com transações importantes concretizadas e um volume de investimento” que ronda os mil milhões de euros. “Menos de um ano após a saída do Programa de Assistência Económica e Financeira da Troika, Portugal está outra vez no radar. E voltou muito mais depressa do que se poderia pensar”, referiu.

Mercado de investimento 

Na área de investimento imobiliário, as expetativas da JLL para 2015 são bastante otimistas, podendo superar o volume atingido em 2007. “Os centros comerciais e os portefólios estão a despertar uma maior atenção dos grandes investidores internacionais”, lê-se no relatório. O problema parece ser a escassez que existe na oferta de imóveis, “pelo que a tendência para a venda de imóveis parcialmente devolutos deverá manter-se em 2015. 

Cerca de 89% do volume transacionado em 2014 teve origem em investidores internacionais, sendo que o retalho foi o setor mais dinâmico (65% do total investido). Seguiram-se os escritórios (21%) e o setor de industrial e logística (12%).

Mercado de escritórios

No mercado de escritórios em Lisboa, a atividade também continua a recuperar, concluiu a JLL. “O atual momento ainda é favorável para os ocupantes, mas as condições de que estes beneficiam podem deixar de ser tão vantajosas” em breve, refere a consultora, salientando que a procura deverá continuar a aumentar de forma constante ao longo do ano, impulsionando a descida da taxa de disponibilidade.

Do lado da oferta, está previsto o lançamento de 32.200 m2 de novo stock no mercado de Lisboa em 2015, distribuídos por quatro edifícios. 

De referir que, em 2014, a renda prime do mercado de escritórios de Lisboa foi de 18,25 euros por m2 por mês, tendo sido ocupados 126.500 m2 e feitas 239 transações – a absorção aumentou 63% face a 2013. 

Mercado de retalho

Também no mercado de retalho o otimismo está de volta, com um dinamismo que há muito não se via. “2015 será um ano de franca recuperação no mercado de retalho, impulsionado também pela reabilitação da cidade e aproveitando o crescimento do número de turistas e as mudanças na estrutura de consumo dos portugueses”, nota a JLL. 

No que diz respeito às rendas, tiveram, no ano passado, comportamentos diferentes. No comércio de rua a tónica foi de crescimento, com a renda prime em Lisboa a crescer para os 110 euros por m2 por mês, nos conjuntos comerciais a tendência foi para a estabilização dos valores: 85 euros por m2 por mês nos centros comerciais e 10 euros por m2 por mês nos retail parks.

Mercado residencial 

O mercado residencial tem vindo a evoluir de forma positiva, tendo sido “fortemente impulsionado pela procura de cidadãos estrangeiros aliciados pelos mecanismos fiscais do Golden Visa e pelo Estatuto do Residente Não Habitual”. 

De acordo com a consultora, os investidores estrangeiros procuram sobretudo imóveis residenciais em localizações centrais de Lisboa, no Parque das Nações ou linha do Estoril/Cascais e, preferencialmente, com a possibilidade de obtenção de rendimento, como é o caso dos apartamentos turísticos. 

“Paralelamente, denota-se também um elevado dinamismo na reabilitação de edifícios em Lisboa, especialmente para fins residenciais e/ou turísticos, com os investidores e promotores chineses a destacarem-se na compra de ativos para reabilitar”, referiu a JLL, salientando que para este ano “as perspetivas são muito animadoras”. 

Oportunidade de ouro” para investir no país

Perante este cenário, Pedro Lencastre considera que “os sinais são positivos em todos os segmentos”. “Os ocupantes estão cada vez mais ativos quer nos escritórios, quer no retalho, com o consumo a crescer, a confiança dos investidores nos nossos centros comerciais voltou e a reabilitação de Lisboa e Porto está ao rubro (...) O sentimento que ganha força internacionalmente é que estamos hoje a atravessar uma oportunidade de ouro para a aquisição de imobiliário em Portugal”, conclui.

Ver comentários (0) / Comentar

Para poder comentar deves entrar na tua conta