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10 anos de imobiliário residencial à lupa. Sabes o que mudou na habitação desde 2005?
GTRES

Os preços das casas na Grande Lisboa e no Grande Porto subiram 4,4% e 2,8%, respetivamente, face a 2005. No segmento de luxo, os valores de venda podem ser entre três a quatro quatro vezes superiores à média do mercado no caso do Porto e de seis a 7,5 vezes em Lisboa. Estas são algumas das conclusões do estudo “O Mercado Habitacional em Portugal 2005-2015”, que foi apresentado ontem em Lisboa.

O estudo em causa foi realizado pela Prime Yield, que presta serviços de consultadoria e avaliação de ativos e celebra agora o 10º aniversário – estabeleceu-se em Portugal em 2005 e está presente também em Angola, Brasil, Cabo Verde e Moçambique.

Como podes constatar, muita coisa mudou no panorama habitacional português nos últimos dez anos. Vê, em baixo, as principais conclusões do estudo.

Preço médio das casas

  • Em 2005, na Grande Lisboa, os preços médios em oferta situavam-se nos 1.324 euros por m2 (dados relativos ao primeiro trimestre), mais 4,41% que os 1.268 euros por m2 registados em 2005. O valor mais elevado foi registado em 2008 (1.370 euros por m2) e o mais baixo em 2013 e 2014 (1.220 euros por m2). O ano de 2012 foi aquele em que os preços mais desceram: 8,13% face ao ano anterior, para os 1.228 euros por m2

  • “O ano de 2014 mantém o preço das casas praticamente inalterado, começando a dar sinais da retoma do mercado (...). Este ano, considerando o período já decorrido, parece estar a confirmar a recuperação iniciada em 2014, com o preço médio das casas em oferta na Grande Lisboa a fixar-se, nos primeiros três meses, em 1.324 euros por m2, o que reflete um crescimento de 8,57% face ao valor de 1.219 euros por m2 registado, em média, no acumulado de 2014”, conclui o estudo

  • No Grande Porto, a valorização foi de 2,79%, com os valores médios de oferta em 2015 a fixarem-se nos 1.192 euros por m2, face aos 1.160 euros por m2 verificados em 2005. O valor mais elevado foi registado em 2010 (1.239 euros por m2) e o mais baixo em 2013 (1.114 euros por m2). Os preços mais elevados (1,239 euros por m2) aconteceram em 2010

  • “O ano de 2014 evidenciou já um crescimento de 1,12% dos preços das casas (para os 1.127 euros por m2), retoma que se confirmou em 2015, com uma valorização de 5,81% para os 1.192 euros por m2”, refere o estudo

Preços do segmento de luxo

  • Os valores pelos quais os imóveis são colocados no mercado podem ser entre três a quatro vezes superiores à média do mercado no caso do Porto e entre seis a 7,5 vezes em Lisboa

  • Em Lisboa, no centro da cidade, os preços das casas de luxo podem atingir, em média, os 8.015 euros por m2, seis vezes mais que os 1.324 euros por m2 a que, em média, são colocadas à venda as casas em oferta na Grande Lisboa

  • No centro do Porto, as casas são colocadas em oferta pelo preço médio de 4.618 euros por m2, quase quatro vezes mais que os 1.192 euros por m2 que custam as habitações “normais” no Grande Porto

  • “Se em geral, em média, as casas na Grande Lisboa apresentam preços de oferta cerca de 11% acima do Grande Porto, numa análise para o segmento de luxo, esse gap varia entre 73% no caso do centro das duas cidades e de 143% nas zonas do Estoril e de Leça da Palmeira”, lê-se no documento.

Evolução do tecido empresarial do setor imobiliário

  • No primeiro trimestre de 2015, havia 54.839 empresas, distribuídas por cinco áreas: construção, compra e venda de imóveis, mediação imobiliária, angariação imobiliária e avaliação imobiliária

  • A construção concentra 55% do total das empresas (30.342 entidades), logo seguida das atividades relacionadas com a compra e venda de imóveis (36%/19.689 entidades)

  • 45,3% (24.864) das entidades ativas estão operacionais há menos de 10 anos e 47,7% (26.134) há mais de 10 anos

  • Os distritos de Lisboa e Porto são os que albergam o maior número de empresas ativas no setor: quase 30% das empresas (15.568) localizam-se no distrito de Lisboa e cerca de 16% (8.951) no do Porto

Evolução da atividade das empresas entre 2003 e 2013

  • O Valor Acrescentado Bruto (VAB) gerado pelo setor imobiliário durante este período atingiu os 30,3 mil milhões de euros. O ano de 2007 (3,85 mil milhões de euros) foi aquele em que o VAB gerado apresentou maior valor – mais 47% que em 2013 (2,02 mil milhões de euros)

  • As empresas de construção representam mais de 70% do VAB acumulado no período em causa, num total de 22,24 mil milhões de euros

Desemprego aumentou 

  • Em 2013, o setor imobiliário empregava 104.724 pessoas, a maioria (88.016 trabalhadores) na área da construção

  • Depois de 2012, ano em que houve 112.700 trabalhadores desempregados, o número registado em 2013 é o mais baixo dos últimos sete anos. Em 2008, por exemplo, o setor chegou a empregar 144.585 pessoas

Abrem menos empresas e fecham mais

  • Entre 2003 e 2013 foram constituídas 40.868 empresas, sobretudo de construção (52,3%) e de atividade de compra e venda de bens imobiliários (35,9%), e em 2014 “abriram portas” 3.445 companhias

  • 2007 foi o ano em que foram constituídas mais empresas (4.975), em contraste com 2012, ano em que foram criadas 2.672 empresas

  • No acumulado de 2003 a 2013, por cada empresa insolvente foram criadas 9,5 empresas. Se 2014 também for contabilizado, em 11 anos (2003-2014) esse rácio recua para 8,5 empresas

  • Entre 2003 e 2013 foram declaradas insolventes 4.327 empresas, sendo o pico atingido em 2012 e 2013, com 955 e 935 insolvências, respetivamente. Contabilizando também o ano de 2014, o número de insolvências sobe para 5.197, já que encerraram 870 empresas no ano passado

Menos vendas e menos construção

  • Em 2014, transacionaram-se 84.215 alojamentos familiares, menos 30% que em 2009 (120.431 transações)

  • Entre 2005 e 2014, o número de fogos concluídos anualmente caiu cerca de 88%, ou seja, em 2005 concluíram-se 76.123 fogos habitacionais novos e em 2014 apenas 9.429 fogos.

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