As associações de proprietários decidiram suspender a participação na Comissão de Acompanhamento do Mercado de Arrendamento Urbano (CAMAU), devido à proposta do PS para alterar a lei do arrendamento com o objetivo de proteger lojas históricas e pessoas com mais de 65 anos. Mas a CAMAU, até agora constituída por senhorios, inquilinos e mediadores do imobiliário, vai continuar a trabalhar, segundo garante o seu coordenador Luís Lima.
O também presidente da Associação Portuguesa de Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), citado pela Lusa, diz que "compreende" a posição da Associação Nacional de Proprietários (ANP) e da Associação Lisbonense de Proprietários (ALP), entidades que resolveram suspender a sua participação nas reuniões da CAMAU.
À margem de uma apresentação sobre a evolução do mercado de arrendamento, que decorreu esta semana em Lisboa, Luís Lima afirmou que "a CAMAU vai-se manter", frisando que é "lamentável" que o Governo, através do grupo parlamentar do PS, tenha apresentado um projeto de lei com alterações à lei do arrendamento sem ter ouvido primeiro a posição das associações do setor.
O que é a CAMAU?
Criada há um ano, a CAMAU foi constituída para monitorizar o mercado de arrendamento urbano e para negociar com o Governo possíveis alterações à lei do arrendamento.
A comissão foi fundada com a participação de seis associações de proprietários, de inquilinos e de mediadores do imobiliário: APEMIP, ANP, ALP, AIL, CCP e Associação de Inquilinos e Condóminos do Norte de Portugal (AIN)
Em comunicado, referido pela agência de notícias, o presidente da ANP, António Frias Marques, informou os restantes membros da CAMAU de que os proprietários vão suspender a participação nas reuniões do grupo de trabalho, explicando que a decisão se deve aos "desenvolvimentos políticos recentes que esvaziam a função de lugar de consensos que levou à criação da comissão".
Com a mesma posição, o presidente da ALP, Menezes Leitão, declarou à Lusa que a associação decidiu suspender a participação na comissão, uma vez que cada um dos membros estava a fazer uma intervenção por si só junto do Governo, considerando que, "neste momento, não estão preenchidas as condições para ter uma posição consensual no quadro da CAMAU".
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