Portugal continua a ser, claramente, um país de proprietários. Isto apesar de o mercado de arrendamento parecer estar um pouco mais dinâmico. Os números do Eurostat, relativos a 2016, não deixam dúvidas: em cada dez portugueses, quase oito tinham casa própria (75,2%), sendo que destes mais de três tinham uma hipoteca ou crédito à habitação (36,7%).
Trata-se de um ligeiro aumento do número de proprietários face a 2014, ano em que o valor se fixou nos 74,9%, escreve o Correio da Manhã, que se apoia em dados do gabinete de estatísticas da UE. Portugal continua, de resto, a superar a média europeia, que é de 69,3%.
Quer isto dizer que só um quarto dos portugueses opta por arrendar casa, bem menos que na Alemanha (45%), por exemplo.
Para Luís Lima, presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), o “fator cultural” e “a questão da posse” não explicam tudo. “[Quando se compra casa] e se faz crédito, muitas vezes para toda a vida, as pessoas são arrendatários na mesma. Muitos aprenderam isso com a crise, em 2008”, explicou, citado pela publicação.
Já António Machado, da Associação dos Inquilinos Lisbonenses (AIL), propõe medidas de incentivo ao mercado de arrendamento: “As rendas não devem ser superiores a 30% dos rendimentos das famílias. E é necessário que as câmaras fiscalizem e intervenham quando não se cumpre”.
De referir que recentemente o Governo anunciou uma medida – quem arrendar parte da casa (quartos) a preços acessíveis e com um contrato de longa duração não pagará o imposto de 28% sobre o valor da renda cobrada – que visa dinamizar o mercado de arrendamento. Uma iniciativa inserida no programa de arrendamento acessível, que integra a Nova Geração de Políticas de Habitação.
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