A eficiência energética dos edifícios não foi uma prioridade durante décadas. E hoje continua a ser preciso mudar mentalidades.
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Frio em casa
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Nos meses de outono e inverno, o frio continua a entrar pelas casas dos portugueses sem ser convidado. Mas porque é que isto acontece? A ideia de que Portugal tem um clima ameno é um dos fatores históricos e culturais que o justificam. Mas há ainda outros de cariz social e económico. A verdade é que o conforto térmico das casas ainda não está no cimo das prioridades para as construtoras e famílias portuguesas.

Nesta equação, sabemos o resultado: há falta de casas com eficiência energética em Portugal. Mas passemos a pente fino as principais variáveis que contribuem para esta realidade. Por um lado, a ideia de que Portugal tem um clima ameno – que é culturalmente aceite – influenciou a construção no país ao longo das últimas décadas, que não olhou para o conforto térmico das casas, escreve o Expresso.

Esta questão histórica e cultural é marcada pela escolha de materiais de construção desadequados - como as janelas de vidro simples e os telhados com fugas - e também pela má orientação solar dos prédios, que acabam por ter problemas de humidade e bolor durante os meses mais frios.

Casas eficientes
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Além destes fatores, somam-se outros de índole económica. Na hora de escolher os materiais para construir edifícios sustentáveis, a prioridade continua a ser reduzir os custos. Isolar os edifícios é uma forma de garantir o conforto térmico das famílias, tal como explicou Carolina Mateus, gestora de produto da Saint-Gobain Portugal, em entrevista ao idealista/news. Mas neste ponto Aline Guerreiro, CEO do Portal de Construção Sustentável, revela que ainda se recorre a materiais à base de petróleo para isolar os edifícios, “que são muito mais baratos”, mas “péssimos em durabilidade”, cita o mesmo jornal.

Também em termos sociais há muito a fazer. Há que convencer as pessoas e académicos que investir na eficiência energética da casa trará ganhos no longo prazo. E ainda que nem só a parte estética importa.

Para tornar o edificado mais eficiente em termos energéticos há um conjunto de apoios disponíveis. Trata-se do Programa Edifícios Mais Sustentáveis, que foi prolongado até 31 de março de 2022, tendo um total de 45 milhões de euros para apoiar a melhoria do desempenho ambiental e energético dos edifícios de habitação.

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