Governador do Banco de Portugal abre a porta a nova subida dos juros por parte do BCE, mas inferior às duas últimas (0,75%).
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Mário Centeno acredita que o pico da inflação em Portugal já passou
GTRES

Quando é que a taxa de inflação vai começar a descer? E o Banco Central Europeu (BCE) vai continuar a subir a taxa de juro diretora, que está nos 2% e influencia diretamente o crescimento das taxas Euribor, que por sua vez fazem disparar a prestação do crédito habitação? Mário Centeno, governador do Banco de Portugal (BdP), não tem uma bola de cristal, mas considera que o pior já terá passado. 

O antigo ministro das Finanças defende, em entrevista à Rádio Renascença, que Portugal já terá passado o pico da inflação e deixa a porta aberta a uma nova subida da taxa de juro diretora por parte do BCE, mas mais branda que as últimas duas, que foram de 0,75 pontos base. De recordar que a próxima reunião do BCE acontece já na próxima semana, dia 15 de dezembro.

“(…) Tudo indica, e estes indicadores mais recentes, desse ponto de vista, podem ser lidos com algum ânimo, que se possa estar a atingir o pico da inflação neste quarto trimestre, que era, aliás, a indicação que os modelos que usamos para estimar a inflação nos indicavam”, refere Mário Centeno. 

Sobre a subida da taxa de juro de referência, o governador do BdP é da opinião que é importante dar um sinal de moderação ao mercado, depois de duas subidas consecutivas de 0,75 pontos base. Aponta, nesse sentido, para um aumento de 0,50 pontos base, o que deixaria a taxa nos 2,5% – subiu 200 pontos base (2%) em poucos meses, entre julho e outubro. 

Um cenário que terá impacto direto nas taxas Euribor e consequentemente na prestação a pagar ao banco pelo empréstimo da casa, que tem disparado nos últimos meses. 

“Não é de excluir que possa existir uma revisão em baixa, já ao longo do ano de 2023, das Euribor que hoje pagamos e que, portanto, também como atingimos o pico da inflação, já tenhamos atingido o pico das taxas de juro e elas começam gradualmente [a descer], não a voltar aos níveis de 2022, não a voltar aos níveis de 2019”, diz Mário Centeno, salientando que “ninguém quer” taxas Euribor a 0% ou negativas. “Não podemos voltar a esses níveis de taxas”. 

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