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Vistos gold: lista de arguidos continua a "engordar", agora com administrador de farmacêutica
GTRES

Depois de um ex-ministro e vários altos quadros do Estado, entre outros, agora foi a vez de um administrador de uma empresa farmacêutica ser apanhado na trama da Operação Labirinto. Paulo Lalanda de Castro, gestor da Octapharma acaba de ser constituído arguido no âmbito do processo que investiga a atribuição dos vistos gold, numa lista que conta já com 13 suspeitos oficiais.

Numa resposta enviada à Lusa, a Procuradoria Geral da República (PGR) confirma que o administrador da empresa farmacêutica Octapharma foi constituído "arguido no âmbito do inquérito onde se investigam, entre outras, matérias relacionadas com a atribuição de vistos gold", sem especificar quais os crimes de que é indiciado.

Na edição de ontem, o Correio da Manhã avançou que Paulo Lalanda de Castro terá recebido um milhão de euros de reembolso de Imposto sobre o Valor Acrescentado IVA de forma ilegal, graças a um documento falso que permitiu um perdão fiscal.

Segundo o jornal, o alegado envolvimento de Lalanda de Castro no âmbito do processo de atribuição dos vistos gold terá ocorrido por via da empresa ILS, que terá reclamado a prestação de serviços médicos a um grupo de cidadãos líbios, alegadamente refugiados de guerra, e que, consequentemente, estariam isentos do pagamento de IVA.

A Operação Labirinto, que envolveu várias buscas e 11 detenções a 18 de novembro de 2014, está relacionada com a aquisição de vistos gold e investiga indícios de corrupção activa e passiva, recebimento indevido de vantagem, prevaricação, peculato de uso, abuso de poder e tráfico de influência, recorda, por seu lado, a agência de notícias.

O caso envolve o ex-presidente do Instituto de Registos e Notariado António Figueiredo, a ex-secretária-geral do Ministério da Justiça Maria Antónia Anes, o ex-director do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) Jarmela Palos, o sócio-gerente da empresa JMF Projects and Business, Jaime Gomes, os funcionários do IRN Paulo Eliseu, Paulo Vieira, José Manuel Gonçalves e Abílio Silva, entre outros.

Miguel Macedo indiciado por quatro crimes

O processo provocou a demissão do então ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, que, em setembro foi constituído arguido após ser inquirido pelo MP. Segundo a edição de hoje do Correio da Manhã, Macedo será indiciado por quatro crimes, três de tráfico de influências e um de prevaricação de titular de cargo público. A acusação deverá ser anunciada pelo MP esta sexta-feira, escreve a publicação.

Sobre a possibilidade de existir um crime mais grave, o de corrupção, o jornal adianta que este será autonomizado.

A eventual acusação a Miguel Macedo estará relacionada com o facto do ex-ministro ter disponibilizado informações privilegiadas ao empresário Jaime Couto Alves, também arguido no caso dos vistos gold, sobre o concurso público para operação e manutenção dos helicópteros do Estado, num negócio que estava avaliado em cerca de 196 milhões de euros.

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