Neste período de pandemia, por causa da Covid-19, a procura abrandou, mas não parou de forma alguma, afirma Ricardo Costa, diretor geral da Luximos Christie´s, em entrevista ao idealista/news. O responsável da consultora imobiliária orientada para o segmento de luxo acredita que o interesse de clientes internacionais vai continuar, mas para isso é crucial que os programas que estavam a favorecer o investimento imobiliário (caso dos vistos gold e do regime de Residentes Não Habituais), continuem estáveis e ativos.
Que medidas preparou a Luximos Christie´s para a reabertura das lojas?
Esta segunda-feira (18 de maio de 2020) vamos abrir com um foco muito grande na segurança. Implementámos um plano de contingência para melhor protegermos a saúde e bem-estar, não só de todos os nossos colaboradores, como também dos clientes, fornecedores, parceiros e visitantes. Entre as várias medidas que constam do nosso plano de contingência, levámos a cabo uma operação de desinfeção e higienização de todos os nossos espaços. Todos os colaboradores terão disponíveis Equipamentos de Proteção Individual (EPI), constituídos por máscaras certificadas, proteção para os sapatos e solução asséptica. As máscaras sociais, o procedimento de desinfeção das mãos e a etiqueta respiratória serão obrigatórios dentro de cada estabelecimento.
Em conformidade com as recomendações do Governo, cada estabelecimento terá também uma lotação máxima de colaboradores e visitantes, que apenas podem permanecer no escritório o tempo estritamente necessário.
Durante o período do confinamento como se caracterizou a atividade da Luximos no Porto e Algarve?
Para proteção dos nossos colaboradores e clientes, os nossos escritórios foram encerrados ao público, durante dois meses, de meados de março a meados de maio de 2020. Fomos das primeiras consultoras imobiliárias a suspender a atividade presencial, antes de ser decretado Estado de Emergência, e seremos das últimas a abrir o atendimento ao público, porque decidimos calendarizar a abertura duas semanas após ser levantada a restrição aos serviços.
Consideramos que este período adicional era mais uma medida importante de proteção para o nosso público interno e externo, para abrirmos sem pressa e com muita segurança. No entanto, neste período tivemos uma grande parta da equipa a trabalhar e a acompanhar clientes, em regime de trabalho à distância, total ou parcial.
Fomos das primeiras consultoras imobiliárias a suspender a atividade presencial, antes de ser decretado Estado de Emergência, e seremos das últimas a abrir o atendimento ao público, porque decidimos calendarizar a abertura duas semanas após ser levantada a restrição aos serviços.
Como reagiram os vosso colaboradores neste contexto?
Este foi também um importante momento para a coesão interna e para o espírito de pertença a uma grande empresa. É sempre reconfortante constatarmos que somos uma família também a nível empresarial. Tenho muito orgulho nos nossos colaboradores e na resiliência que demonstraram nestes dois meses.
Estes momentos são também importantes do ponto de vista humano e, desde os primeiros dias da pandemia, tivemos uma grande preocupação com as pessoas com as quais colaboramos diariamente, para que todos se sentissem confortáveis, inclusive do ponto de vista financeiro. Acho que as nossas equipas sentiram a preocupação, o carinho e o acompanhamento constante.
Como avalia a atuação de organismos públicos no apoio à concretização dos negócios?
Os atrasos e erros administrativos concorrem para adensar a burocracia nos serviços públicos que, por si só, já representam uma máquina lenta e pesada, que, não raras vezes, causa entraves às empresas. O pesadelo da burocracia não é exclusivo da administração pública, por isso, o salto para serem encontradas soluções com menos necessidade de contacto presencial, mais digitais, mais competitivas, mais simples e mais rápidas, terá de ser dado nas várias instituições e serviços, como as conservatórias, os notários ou a banca.
Quanto mais rapidamente estas organizações perceberem essa necessidade e se adaptarem às mudanças, mais competitivas serão e mais facilmente estarão economicamente protegidas em períodos de adversidade como este.
Nos últimos anos, a Luximos Christie´s tem feito uma aposta muito clara no digital e, por isso, as nossas equipas estavam aptas e treinadas nesse domínio. Temos algumas novidades a nível digital que se tem revelado uma excelente aposta na captação de clientes internacionais.
Estão a tomar algumas medidas de forma a cativar novamente o interesse dos clientes?
Nos últimos anos, a Luximos Christie´s tem feito uma aposta muito clara no digital e, por isso, as nossas equipas estavam aptas e treinadas nesse domínio. Temos algumas novidades a nível digital que se tem revelado uma excelente aposta na captação de clientes internacionais.
Conseguimos reorganizar-nos muito rapidamente para facultar ao nosso público interno, desde consultores, às equipas de marketing, processos e administrativas, as ferramentas necessárias para reforçar o trabalho à distância.
Acreditamos que, por esse motivo, na Luximos Christie´s o impacto negativo da pandemia foi atenuado, pois continuamos a receber leads e a trabalhar com os nossos clientes. Temos algumas novidades a nível digital foi a ativação de um “live chat” no site, que se tem revelado uma excelente aposta na captação de clientes internacionais.
Qual é recetividade dos clientes investidores em relação ao imobiliário?
Os nossos clientes compradores são homens e mulheres de negócios e sabem que os climas de incerteza são excelentes momentos para investir. E, por isso, continuamos a trabalhar arduamente.
Neste período pandémico a procura abrandou, mas não parou de forma alguma, nem no Porto, nem no Algarve. O interesse de clientes nacionais e internacionais continua e conseguimos inclusivamente realizar várias vendas nos últimos três meses.
Os clientes internacionais terão um forte contributo, por isso, é crucial que os programas que estavam a favorecer o investimento em Portugal continuem estáveis e ativos.
Acreditamos que continuaremos a ter os melhores valores de desempenho, até porque o imobiliário sempre foi um investimento com bom, muita segurança, muita procura, um bom retorno e essa tendência será mantida. Nesta recuperação, os clientes internacionais terão um forte contributo, por isso, é crucial que os programas que estavam a favorecer o investimento em Portugal continuem estáveis e ativos.
2020 será um ano em que os preços vão sofrer uma correção, o que aliás estava previsto porque se antevia, ao longo deste ano, um ciclo económico de desaceleração. Haverá ajustes, mais notórios em alguns tipos de imóveis e localizações e, eventualmente, impercetíveis noutros casos.
Qual é a sua expetativa em termos de recuperação do setor imobiliário?
Ainda estamos a viver no olho do furacão, mas creio que o desempenho e a serenidade com que Portugal encarou este grave problema de saúde pública será capitalizado com confiança mais tarde.
Em todo o caso, 2020 será um ano em que os preços vão sofrer uma correção, o que aliás estava previsto porque se antevia, ao longo deste ano, um ciclo económico de desaceleração. Haverá ajustes, mais notórios em alguns tipos de imóveis e localizações e, eventualmente, impercetíveis noutros casos.
Considero que Portugal tem condições para manter os níveis de procura e investimento estrangeiro, desde que os programas que estavam a captar o interesse internacional se mantenha estáveis.
Como se carateriza a oferta residencial em carteira?
A Luximos tem atualmente cerca de 50 empreendimentos em carteira. Os nossos empreendimentos de apartamentos ou de moradias situam-se no grande Porto e no Algarve e destinam-se ao segmento médio-alto e alto.
No Porto predominam os imóveis de gama alta, no eixo Boavista – Foz, e mantem-se uma lógica residencial. É a área ocidental do Porto, voltada para o mar e para o rio, e é vista secularmente como a zona mais nobre da cidade para viver e para investir. As suas características são apreciadas desde o século XIX: as famílias abastadas portuenses sempre viveram neste lugar. A Foz foi sempre vista como um reservatório de valor e de qualidade de vida que nunca se degradou.
Nos últimos dois meses, é notória uma maior procura de casas elegantes, de maior dimensão, com jardins amplos e, muitas vezes com piscinas, para assegurar a privacidade das famílias.
É um dos reflexos do longo período de confinamento em que as famílias perceberam que se tivessem uma casa com mais espaço e jardim a vida nestes meses teria sido muito diferente: mudava a luz no interior da casa, mudava o cenário das refeições, mudava o ar respirado, mudava a preocupação com as crianças e o tipo de atividades que todos poderiam praticar, desde os jogos infantis, até à jardinagem.
Nos últimos dois meses, é notória uma maior procura de casas elegantes, de maior dimensão, com jardins amplos e, muitas vezes com piscinas, para assegurar a privacidade das famílias.
Esta tendência é visível no Algarve?
No Algarve a procura de casas amplas, com vastas áreas verdes, já não é novidade. A região tem uma oferta muito vasta de propriedades de luxo, ao longo dos cerca de 150 quilómetros de costa. O terraço, o pátio, a varanda ou o jardim são os lugares de eleição para a vida familiar e para desfrutar da vista - e da vida. Por isso, as propostas com áreas exteriores, onde não pode faltar a piscina para os dias mais quentes, são os produtos mais procurados.
Aqui não houve alteração de tendências, as casas rodeadas por espaços verdes, seja o seu próprio jardim, seja o resort de golfe com todas as comodidades, continuam a ser os reis do investimento, sempre com especial destaque para os clientes internacionais que continua a fatia esmagadora de compradores na Luximos Christie´s – Algarve.
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