A maior credora é a Ares Lusitani, que gere os 22 milhões de euros detidos pelo fundo americano KKR.
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Novo Banco é o segundo maior credor da empresa que gere o Zmar
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São 16 milhões de euros que fazem do Novo Banco o segundo maior credor da empresa que controla o Zmar Eco Resort – a Multiparques A Céu Aberto. A maior credora é mesmo a Ares Lusitani – com 22 milhões de euros. Este é o empreendimento requisitado pelo Governo para instalar temporariamente 28 imigrantes, tendo em vista o controlo da situação epidemiológica no concelho de Odemira. Mas a massa insolvente do local teme que este processo coloque em causa o plano de recuperação já aprovado, que prevê a reabertura do espaço dia 28 de maio.

A saúde financeira da Multiparques agravou-se depois da sua acionista maioritária, a Carvex, ter entrado em insolvência. Entretanto, a quota da Carvex na Multiparques foi adquirida pelo fundo americano KKR. Note-se ainda que o fundo KKR foi também o comprador daquela que foi a primeira carteira de crédito malparado vendida pelo Novo Banco em 2019 – a designada Nata– e nela constava créditos da Multiparques. No final, o fundo deixou a gestão dos créditos da Multiparques a cargo da Ares Lusitani, explica o jornal Expresso.

Mas nessa venda, o Novo Banco apenas incluiu uma parcela dos créditos que detinha da Multiparques e não a totalidade. E a quota que ficou da empresa torna-o o segundo maior credor do eco 'resort' que foi construído em 2006, contando com o capital do falido BES.

O processo de insolvência da Multiparques foi pedido ao tribunal pela Ares Lusinani no início deste ano e acumula dívidas que se aproximam dos 50 milhões de euros. Para além das dívidas a Ares Lusitani e ao Novo Banco – os dois maiores credores – destaca-se ainda a dívida de 5 milhões a AICEP, revela o mesmo jornal.

Assim, a Multiparque faz parte do conjunto de empresas insolventes com as quais o Novo Banco tem de lidar, num momento em que tem de responder na comissão parlamentar de inquérito sobre a sua gestão de empresas consideradas grandes devedores. Em causa, está mais uma injeção de capital do Fundo de Resolução na ordem dos 430 milhões de euros que é relativa aos prejuízos do ano passado.

Requisição põe em causa plano de recuperação

O Zmar Eco Resort que foi alvo de requisição civil pelo Governo no dia 29 de abril e apenas seis dias depois foram ali instalados 28 imigrantes com vista ao controlo da situação pandémica vivida no concelho de Odemira nas últimas semanas. Sobre este tema, a massa insolvente do resort vê esta ocupação com preocupação e considera mesmo que poderá agravar ainda mais a saúde financeira da empresa, que espera recuperar no verão colocando em prática um plano de investimento acordado com os credores, o qual prevê a sua reabertura dia 28 de maio.

A mesma requisição prevê uma compensação pela ocupação temporária do Eco Resort. No Despacho n.º 4391-B/2021, lê-se que haverá lugar ao “pagamento de indemnização pelos eventuais prejuízos resultantes da requisição”. Mas para o administrador do processo, Pedro Pidwell – que representa mais de 400 credores -, não há dúvidas que "a requisição civil para os fins a que se propõe coloca em causa a época alta e a faturação que seria essencial para que a empresa pudesse prosseguir a sua recuperação". Isto porque “passar férias num sítio que foi um 'covidário' não é a solução mais apelativa”, cita o Jornal de Negócios.

Segundo o responsável, esta requisição civil “coloca em causa todo o processo” de investimento e recuperação o que poderá levar à “liquidação da empresa” e “à extinção de mais de 100 postos de trabalho", alertou na ocasião.

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