A guerra na Ucrânia trouxe “uma incerteza geopolítica renovada, contribuindo para as pressões inflacionistas e o aumento do custo de vida”, conclui a Savills, salientando, no entanto, que se há setor que já mostrou ser resiliente é o imobiliário. Segundo a consultora, o crescimento no setor residencial deve continuar, prevendo-se que os preços dos imóveis de luxo (prime) aumentem em média 4,3% em 2022, embora as perspetivas variem de cidade para cidade. Esta é uma das conclusões a retirar do estudo Savills Impacts 2022.
“Os mercados beneficiarão do regresso das viagens internacionais e, em particular, do regresso dos turistas e compradores asiáticos aos principais centros urbanos. A próxima fase será um verdadeiro regresso ao mercado internacional”, refere a Savills em comunicado.
De acordo com a consultora, que se apoia nos dados do referido estudo, “os acontecimentos dos últimos dois anos levaram as pessoas a repensar as suas prioridades, particularmente quando se trata de como e onde vivem”.
Sobre o caso concreto de Lisboa, considera que é um mercado que, tal como Miami (EUA), se tem comportado “particularmente bem”. “O clima favorável de Lisboa e a proximidade às capitais europeias fazem com que este seja, atualmente, o destino preferido dos nómadas digitais”, lê-se na nota.
Atratividade do mercado residencial português em alta
Citado no documento, Ricardo Garcia, Diretor do Departamento Residencial da Savills Portugal, considera que “nos últimos dois anos o mercado residencial foi dos segmentos imobiliários que mais provou a sua resiliência”.
"A atratividade do nosso mercado residencial nunca foi colocada em causa, com uma procura que deseja agora espaços mais funcionais, flexíveis e que permitam uma vivência direcionada para um estilo de vida mais saudável”
Ricardo Garcia, Diretor do Departamento Residencial da Savills
Segundo o responsável, Portugal e o mercado de Lisboa não foram exceção ao que se assistiu noutras cidades europeias. “Entre 2020 e 2021 foram vendidas mais de 300 mil em casas em Portugal, volume que teve uma diminuição muito residual face ao período de 2018-2019, período pré-pandemia. (…) A atratividade do nosso mercado residencial nunca foi colocada em causa, com uma procura que deseja agora espaços mais funcionais, flexíveis e que permitam uma vivência direcionada para um estilo de vida mais saudável”, conclui.
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