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Há uma ‘bolha’ imobiliária a formar-se na Europa? Commerzbank diz que sim
Política monetária expansionista do BCE apontada como a culpada. wikimedia_commons

A Zona Euro enfrenta o risco de uma nova bolha imobiliária, devido à política monetária expansionista do Banco Central Europeu (BCE), consideram os analistas do Commerzbank, estando particularmente preocupados com a reunião do conselho do BCE agendada para esta quinta-feira, 6 de junho de 2019. Nesse dia, deverão ser decididos os detalhes da terceira edição do programa de operações de refinanciamento de prazo alargado (TLTRO-III), através do qual o Eurosistema financia as instituições de crédito por períodos de até quatro anos.

O Commerzbank argumenta que os preços das casas têm vindo a subir rapidamente na maioria dos países da moeda única, incluindo as grandes economias como a Alemanha, Bélgica e França. Com um aumento de cerca de 4,5% ao longo de 2018, a Alemanha estava ligeiramente acima da média em termos de aumento dos preços da habitação, enquanto a Eslovénia e a Letónia registaram aumentos de dois dígitos. Portugal, os Países Baixos e o Luxemburgo subiram quase 10%.

“A relação entre os preços da habitação e os rendimentos, uma medida frequentemente usada para a valorização de imóveis, aumentou mais de 10% desde o início de 2015. Isto é menos de 5% abaixo do seu nível no início de 2008, quando o mercado imobiliário em alguns países da área do euro formaram bolhas consideráveis", analisa a instituição num nota assinada pelos economistas seniores Ralph Solveen e Jorg Kramer.

Os analistas antecipam que as taxas de juros do BCE vão continuar em território negativo no futuro, aumentando assim ainda mais a ameaça de uma bolha imobiliária. E prevêem que se mantiver a sua política monetária até ao final de 2020, os preços médios da habitação excedam os níveis anteriores à crise.

Zona Euro como um todo ainda está a salvo

Citados pela CNBC, Solveen e Kramer explicam que a força do impacto do rebentamento de uma eventual nova bolha de preços na economia real depende, em parte, do grau em que o crescimento dos preços das casas são acompanhados por dívidas crescentes e um boom de construção.

Os analistas do Commerzbank indicam, no entanto, que a Zona Euro como um todo ainda não está nessa posição, com a dívida das famílias privadas face ao PIB a cair de forma constante na maior parte da União Económica e Monetária (UME) - ainda que apontem a Bélgica e a França como excepções.

Os economistas destam também que o boom de construção e a participação do investimento em construção residencial no PIB da Zona Euro é agora significativamente menor do que no início de 2008.

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