Presidente da APB espera que famílias e empresas com créditos tenham previsto cenário de alta dos juros.
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GTRES

A subida das taxas de juro está iminente – esta é de resto, uma das medidas que o Banco Central Europeu (BCE) tem em cima da mesa para travar a inflação, e que irá agravar-se com a guerra na Ucrânia. Este aumento terá impacto nas taxas da Euribor às quais está indexada a maioria dos créditos habitação em Portugal. E, por conseguinte, na prestação da casa. Vítor Bento, presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB), considera a subida muito “provável” e espera que as famílias e empresas que pediram crédito se tenham precavido para este cenário.

“A inflação, se se deixar à solta vai sempre travar o crescimento mais cedo ou mais tarde, e provavelmente com mais violência. Depois quando se quiser voltar a domá-la, provavelmente vão ser necessárias medidas mais duras e com uma recessão mais profunda”, explica o especialista numa entrevista ao Jornal de Negócios e Antena 1.

Para Vítor Bento, “a expectativa de subida das taxas de juro deve estar sempre presente nos cálculos que fazemos, porque aquilo que vivemos nos últimos anos, com taxas de juro baixas e negativas durante tanto tempo, é uma anormalidade histórica”. “Todos devíamos estar precavidos para isso. Espero que as pessoas que contraíram credito habitação, e as empresas, nos seus cálculos tenham acomodado a expectativa que mais cedo ou mais tarde as taxas iriam subir”, refere.

Apesar do risco de incumprimento também aumentar, o presidente da APB acredita que os bancos estão “suficientemente capitalizados para poderem enfrentar um choque dessa natureza”. Além disso, não vê razões para o regresso das moratórias, até porque os bancos “não se podem autodestruir”.

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