O ex-presidente do agora falido Banco Espírito Santo (BES) dava orientações a um funcionário da sucursal suíça da Espírito Santo Services (ESS) para que as contas fossem falsificadas. E o Banco de Portugal acusa agora Ricardo Salgado de manipular as contas do BES desde 2008. Contudo, uma testemunha denuncia que tal já acontecia desde o ano 2000.
O Sol noticia hoje que, durante vários anos, Pierre André Butty enviava, em janeiro, as contas verdadeiras da sucursal suíça da Espírito Santo Services a Francisco Machado da Cruz (responsável de contas da ESI). Depois, em março, recebia o mesmo relatório com indicações de Ricardo Salgado sobre o que devia ser falsificado.
Conta o semanário que em 2011 Butty começou a sentir-se desconfortável com a situação, mas Machado da Cruz deu-lhe ordens para continuar o que fazia até ali. Contudo, em 2013, o Banco de Portugal começou a pedir informações sobre a Espírito Santo International (ESI) e então Butty exigiu que as ordens de Salgado deixassem de ser orais e passassem a ser escritas.
Mas não só. O funcionário da holding suíça exigiu que o documento tivesse efeitos retroativos, isto é, que apesar de ter a data de 2013 que referisse que as ordens do então presidente do BES para falsificar as contas eram dadas desde o ano 2000.
Salgado assim o fez, bem como Machado da Cruz, e no documento por si assinado garante que os trabalhadores da ES Services “nunca comprometeram aquela sociedade, por ação ou omissão, para além das instruções recebidas e das disposições do contrato”.
Segundo o Sol, Pierre André Butty já esteve em Portugal a prestar declarações e a entregar documentos ao Banco de Portugal
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