Subida dos preços pode exacerbar pobreza energética na UE. Cidadãos poderão vir a ter dificuldades em pagar as suas contas de aquecimento no outono e no inverno.
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Bruxelas quer soluções para crise energética – preço da luz volta a bater recordes
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Os preços do gás natural estão em máximos históricos e o preço da eletricidade também vai voltar a bater todos os recordes em Portugal e Espanha esta quinta-feira, dia 7 de outubro de 2021. No Omie, o preço por MWH vai atingir os 288,53 euros, mas a alta de preços não se fará sentir apenas no mercado ibérico. Países como Sérvia, Itália, Bélgica, Croácia ou Alemanha vão superar os 300 euros por MWh. Bruxelas está em alerta e quer uma reforma do mercado que dê resposta à crise do setor energético.

A Comissão Europeia defendeu esta quarta-feira, dia 6 de outubro, como resposta à “crise inesperada” do setor energético, que os Estados-membros da União Europeia (UE) devem aliviar temporariamente impostos às famílias e financiar pequenas empresas, anunciando ainda uma reforma do mercado do gás, segundo a agência Lusa.

“Este choque de preços é uma crise inesperada num momento crítico e temos de responder em conjunto e manter o rumo a um futuro energético mais limpo, mais seguro e mais acessível”, defendeu a comissária europeia da Energia, Kadri Simson, falando na sessão plenária do Parlamento Europeu, na cidade francesa de Estrasburgo.

Bruxelas quer soluções para crise energética – preço da luz volta a bater recordes
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Num debate sobre a escalada dos preços da eletricidade, a responsável europeia pela tutela alertou que, “se isto não for controlado, corre o risco de comprometer a recuperação” pós-crise da covid-19, pelo que “a Europa tem de responder através de uma rápida ação e coordenada ao nível dos Estados-membros, alavancando a força do seu mercado único e aumentando a sua preparação para crises futuras”.

Em concreto, Kadri Simson sugeriu medidas “que os Estados-membros podem adotar de acordo com a legislação da UE, tanto a curto como a médio prazo”, tais como “apoio direcionado aos consumidores, pagamentos diretos aos mais expostos à pobreza energética, a redução dos impostos sobre a energia e a transferência de encargos e da tributação geral”.

“Estas são medidas que podem ser tomadas muito rapidamente ao abrigo das regras da UE” e que estarão na comunicação que a instituição vai apresentar na próxima semana, acrescentou a comissária europeia.

"UE tem de preparar resistência à subida dos preços"

Mas além destas medidas que podem ser adotadas ao nível nacional, a UE deve “reforçar a sua preparação e a resistência à subida dos preços”, pelo que é necessário “investir em flexibilidade e armazenamento”, área em que Bruxelas planeia intervir com um pacote de iniciativas que apresentará em dezembro.

“Até ao final do ano, irei propor uma reforma do mercado do gás e iremos rever, nesse contexto, questões em torno do armazenamento e da segurança do aprovisionamento”, adiantou Kadri Simson.

Bruxelas quer soluções para crise energética – preço da luz volta a bater recordes
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O assunto esteve em debate na sessão plenária da assembleia europeia, dois dias depois de os ministros das Finanças da zona euro terem discutido possíveis soluções para a atual crise energética e de países como França e Espanha terem defendido medidas como reforço e centralização das reservas de gás na UE e o recurso a tarifas reguladas, com dissociação entre o preço da eletricidade e o do gás (este último aumentou 170% até agora este ano na UE).

A subida dos preços ameaça exacerbar a pobreza energética na UE, nomeadamente numa altura em que os cidadãos ainda recuperam da crise da covid-19 e que poderão ter dificuldades em pagar as suas contas de aquecimento no outono e no inverno.

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