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Crédito à habitação: cuidado com as Euribor baixas, porque elas vão voltar a subir
idealista/news

Animados pelas Euribor baixas e pelo aumento da oferta da banca no crédito à habitação com spreads mais interessantes, os portugueses estão novamente mais ativos na compra de casa. A Deco alerta, no entanto, os consumidores que pensam pedir empréstimo para a compra de casa para não olharem apenas para o valor de prestação que iriam pagar agora ao banco, mas para avaliarem cuidadosamente se conseguirão suportar a mensalidade quando as taxas Euribor subirem.

Os novos créditos à habitação já estão acima dos valores de 2012, tendo sido contratualizados 2,8 mil milhões de euros para empréstimos para a compra de casa, nos primeiros nove meses do ano segundo dados do Banco de Portugal avançados esta semana.

E as taxas Euribor nos prazos a seis e a três meses continuam a ser os indexantes mais frequentes em Portugal nos contratos de crédito para a compra de casa. Em 2014, 64,4% dos contratos foram celebrados com taxa de juro a seis meses e 31% com Euribor a três meses.

A nova dinâmica do mercado de crédito à habitação tem vindo a tornar a prestação mensal mais "amigável" e o economista Nuno Rico, da Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor, citado pela Lusa, admite que é normal os consumidores considerarem que é uma "boa altura" para comprar casa.

O responsável avisa, porém, que é preciso ter cautela e avaliar cuidadosamente se a prestação mensal continuará comportável num contexto de taxas Euribor mais altas, porque um contrato de crédito implica uma relação com o banco de longa duração (20, 30 ou mais anos) e nesse período é muito normal que haja oscilação das taxas Euribor.

Nuno Rico lembra, em declarações à agência de notícias, que quando os bancos fazem simulações para um crédito à habitação são obrigados, na Ficha de Informação Normalizada, a fazer contas não só a quanto seria a prestação com as taxas de juro aos valores atuais mas também ao valor da prestação com a taxa com mais um ponto percentual e mais dois pontos percentuais, pelo que os clientes devem ser responsáveis e olhar também para o valor que teriam de pagar de prestação mensal nessas circunstâncias.

Famílias devem fazer contas com base no cenário mais grave

"Recomendamos que na simulação olhem para o valor do cenário mais grave para verem se conseguem suportar no orçamento [familiar] o aumento da prestação, porque agora o valor pode ser baixo e atrativo e rapidamente pode mudar, caso as taxas de juro subam", disse à Lusa.

Segundo os cálculos feitos pela DECO/Dinheiro&Direitos, se um cliente pedisse hoje um empréstimo à habitação no valor de 150 mil euros a 30 anos com um 'spread' de 2,5% iria pagar hoje 591,90 euros, tendo em conta a média já ligeiramente negativa da Euribor a seis meses no mês de novembro (a rondar os -0,010%).

No entanto, se a taxa aumentar um ponto percentual o valor já passa para 672,73 euros e com mais dois pontos percentuais a prestação mensal iria 'saltar' para 759,14 euros

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