Défice

o líder da missão do fundo monetário internacional (fmi) em portugal, o dinamarquês poul thomsen, admitiu, pela primeira vez, suavizar as metas de défice em 2012 e 2013. isto caso a crise do euro continue a agravar-se.

as receitas extraordinárias de seis mil milhões de euros provenientes dos fundos de pensões da banca vão permitir apresentar um défice este ano que não será superior a 4,5%, abaixo dos 5,9% exigidos, afirmou o primeiro-ministro, citado pelo correio da manhã.

a directora-geral do fundo monetário internacional (fmi), christine lagarde, enalteceu o acordo franco-alemão tendo em vista um novo tratado europeu – a ser delineado até março -, mas considerou que o mesmo “não será suficiente”, face a uma situação económica “extremamente grave”.

o conselho de ministros aprova esta sexta-feira a transferência dos fundos de pensões, um acordo que vai permitir ao governo cumprir o défice deste ano, os 5,9% acordados com a “troika”, e pagar dívidas das administrações públicas aos bancos.

no próximo ano, o governo não poderá contar com os fundos de pensões da banca para salvar as contas do défice orçamental, ou seja, voltando a verificar-se um desvio na execução orçamental, o ministro das finanças, vítor gaspar, terá de encontrar outra forma para corrigir as contas.

no espaço de um ano, 36 mil famílias deixaram de receber o rendimento social de inserção (rsi) em nome da contenção do défice. segundo o diário de notícias (dn), o estado decidiu cortar 20% nas verbas do rsi.

o défice do subsector estado ficou, no primeiro semestre do ano, nos 6.151 milhões de euros, quase o triplo do verificado até maio, quando se situou nos 2.106 milhões de euros.

a agência moody’s tornou-se a primeira agência de "rating" internacional a atribuir uma notação financeira abaixo da linha que separa "grau de investimento" de "investimento de alto risco" ("ou lixo").

os técnicos do parlamento detectaram que o governo adiou o pagamento de compromissos assumidos pelo estado no valor de 205,9 milhões de euros, só no primeiro trimestre deste ano. com os atrasos nos pagamentos, a execução orçamental reportada pelas finanças ficou beneficiada.

o governo vai apresentar uma melhoria de cerca de 1,750 mil milhões de euros nas contas da administração central e segurança social na sua execução orçamental do primeiro trimestre deste ano quando comparado com o mesmo período de 2010, disse à agência lusa fonte governamental.