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Negócios: marido e mulher devem abrir uma empresa em conjunto?

A crise e o aumento do desemprego estão a fazer com que cada vez mais casais empreendedores decidam montar um negócio juntos. Só nos EUA estima-se que cerca de três milhões dos 22 milhões de pequenas empresas no ano 2000 fossem propriedade conjunta de maridos e mulheres, e é provável que o número tenha aumentado nos últimos anos. Mas será que esta aventura a dois é uma boa ideia?

Em primeiro lugar é preciso entender as razões levam os casais a abrir empresas a dois e quais são as vantagens. Uma nova pesquisa do Instituto para o Estudo do Trabalho (IZA), citada pelo Dinheiro Vivo, tenta dar as respostas.

Usando uma amostra de 1069 casais dinamarqueses que fundaram uma empresa em conjunto entre 2001 e 2010, o estudo revelou que o fazem, muitas vezes, porque um dos seus elementos (normalmente a mulher) tem oportunidades limitadas no mercado de trabalho.

Revelou também que iniciar um negócio em conjunto conduziu a ganhos significativos para ambos (mas principalmente para a mulher), tanto durante a vida da empresa como depois da sua dissolução. Do ponto de vista dos rendimentos, esta pesquisa sugere que as empresas fundadas por um casal têm o potencial de mitigar a desigualdade de género.

Mas outro estudo, de 2013 da Universidade da Carolina do Norte, e também citado pelo Dinheiro Vivo, provou que a desigualdade de género na distribuição de controlo tinha mais probabilidade de ocorrer nas equipas formadas por esposos. Ou seja, é mais provável que os maridos assumam as rédeas do novo negócio, acabando as mulheres num papel subordinado.

Outra pesquisa, referida pelo Dinheiro Vivo, aborda as diferenças entre as mulheres que abrem empresas com os maridos e as que o fazem sozinhas. Kathy Marshack, uma psicóloga clínica que estuda casais empresários, salientou que as esposas co-empresárias muitas vezes sentem que é sua obrigação fazer os maridos "ficarem bem na fotografia". Frequentemente, mesmo que a mulher tenha sido a fundadora da empresa e o marido entre mais tarde, ela pode identificar-se como "co-proprietária" e não como fundadora ou presidente.

 

 

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