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Quando uma empresa derruba a economia de um país... está a acontecer na Islândia
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É um fenómeno pouco habitual, mas acontece. Há casos em que uma única empresa pode fazer girar o rumo de uma economia, positiva ou negativamente. No caso da Islândia, o sentido é negativo. A recente falência da companhia aérea low-cost Wow Air infligiu um golpe gigantesco na indústria do turismo do país e na economia em geral. O estado económico e financeiro da Islândia está, por outro lado, também a ser penalizado por uma catastrófica época de pesca.

Tanto que, tal como escreve a Bloomberg, o banco central da Islândia decidiu cortar esta quarta-feira a sua taxa de juro de referência em meio ponto percentual, para 4%. O banco central também anunciou que a economia deverá contrair 0,4% este ano, o que compara com anterior projeção de um crescimento de 1,8%.

A autoridade monetária reviu em alta as estimativas para o desemprego este ano de 3,1% para 3,9%, e antecipou que a inflação deverá atingir os 3,4% em 2019, e depois cair em direção à meta de 2,5% nos próximos dois anos.  

Wow Air: antes de cair, levantou a economia islandesa 

Este anúncio evidencia a forma como a quebra da Wow Air afetou a Islândia. A companhia aérea, explica a agência de notícias internacional, contribuiu para transformar o turismo na maior fonte de receitas da Islândia, nos últimos anos, fomentando uma expansão que ajudou mesmo a retirar o país do colapso financeiro desde há mais de uma década. O seu fim, em março passado, também teve fortes repercursões, pondo um fim abrupto nessa época dourada.

Tal como outras companhias aéreas europeias com problemas financeiros, a Wow vinha tendo dificuldades em suportar o aumento dos custos dos combustíveis e o excesso de capacidade do setor. A Bloomberg conta que várias rondas de negociações com potenciais investidores fracassaram, o que acabou por impossibilitar o resgate da empresa.

País pode contar com ajudas do Governo 

O governo islandês, por sua vez, veio dar sinais de que poderá intervir para ajudar a economia, depois de ter passado os últimos anos a reduzir a dívida para aumentar as almofadas de segurança, enquanto o banco central reforçou as suas reservas em moeda estrangeira.

"Embora a contração económica seja um desafio para as famílias e empresas, a economia é muito mais resiliente do que no passado", afirmou o banco central, citado pela mesma fonte. "Além disso, a política monetária tem uma margem considerável para responder à contração, particularmente se a inflação e as expectativas de inflação permanecerem próximas da meta, como se prevê atualmente".

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