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Construção em risco por falta de interesse dos jovens em trabalhar no setor
GTRES

A qualidade da construção em Portugal enfrenta uma série ameaça, devido à falta de "sangue novo" no setor. O problema deverá ganhar contornos mais sérios dentro de uma década, quando se reformar a maioria dos atuais trabalhadores, cuja média de idade ronda hoje os 55 anos. O aviso é dado pelo presidente do Sindicato de Construção de Portugal, Albano Ribeiro.

Argumentando que o setor "está envelhecido" porque "não há gente nova a chegar à profissão", o sindicalista teme que no prazo de uma década "a qualidade do se vai fazer em Portugal seja penalizada", explicando serem hoje em dia os trabalhadores "com mais de 55 anos" aqueles que estão a garantir a boa construção.

"O Instituto do Emprego e Formação Profissional deveria repensar a questão da formação profissional", disse à Lusa, defendendo que as primeiras noções sobre a profissão "deveriam surgir no primeiro ciclo" escolar, sendo mais tarde complementadas em escolas técnicas.

O presidente da Associação de Empresas de Construção e Obras Públicas e Serviços (AECOPS), Ricardo Pedrosa Gomes, também citado pela agência de notícias, partilha da opinião sobre o desinteresse dos jovens que vêm a profissão "como um último recurso e não como uma carreira".

"O setor da construção perdeu atratividade porque a remuneração, superior à de outras atividades económicas, como a restauração e a hotelaria, não compensa, face a essas outras atividades, a referida exigência física e mobilidade geográfica inerentes ao setor", explicou.

Ricardo Pedrosa Gomes admitiu o recurso a trabalhadores imigrantes no espaço de uma década pelo desinteresse dos portugueses em voltar ao país e defendeu que a "quantidade necessária de trabalhadores poderá e deverá ser reduzida" através do recurso a "novos métodos construtivos, com maior utilização de tecnologias digitais e de novos materiais".

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