
Belo Horizonte, com mais de 2,5 milhões de habitantes, é a capital do estado brasileiro de Minas Gerais. Apesar da sua história curta, a cidade tornou-se um ícone devido à sua arquitetura moderna e planeamento urbano. Foi construída no início do século XX para ser a capital do estado, com responsabilidade do seu design pela mão do arquiteto brasileiro Aarãos Reis, do qual se destacam as suas amplas avenidas e espaços públicos.
Tendo em conta o ambiente circundante, não admira que surjam novas residências que destacam a inovação e o design presente na cidade, sendo a mais recente casa familiar do Estúdio Zargos, um excelente exemplo disso mesmo. Chama-se Casa Prática e o desafio do estúdio era resolver os problemas causados pelo terreno onde seria construída.

“Partindo de um terreno com movimentação de terra existente, o grande desafio do projeto foi criar a inserção de uma nova casa que dialogasse com a lógica já estabelecida pelos cortes, apoios e patamares projetados para receber outro projeto”, explicam no seu site. Para solucionar o problema, a abordagem dos arquitetos foi elevar a habitação, por dentro e por fora, para formar um novo nível do solo acima de uma abóbada de cimento.

Localizada no final de uma rua sem saída atrás da casa, a paisagem eleva-se subitamente, criando um cenário verde montanhoso como pano de fundo para a arquitetura. As paletas de materiais e cores são mantidas naturais e discretas, com a paisagem de terra batida pontuada por jardineiras e vegetação que delimita o local, atenuando a fronteira entre o jardim e o terreno.

Descrito pelos arquitetos como um projeto "conciso, coeso e coerente" destaca-se, apesar de tudo, um desenho simples que tira partido das condições de terreno existentes sem comprometer o espaço interior. Assim a casa eleva-se acima da rua regular, sendo o acesso ao nível da entrada feito através de uma rampa para veículos e de uma escadaria situada atrás dos muros altos que conduzem ao pátio coberto que serve de zona de estacionamento, além de conter armazenamento, alojamento do pessoal e serviços públicos.

A escada principal situa-se num canto da planta em forma de trapézio, uma estrutura de pedra rodeada por janelas grandes de alto a baixo. Esta leva ao amplo segundo andar, completo com sala de estar e jantar em espaço aberto, ao lado do qual há um grande terraço triangular. Uma pequena piscina está localizada na extremidade desta área exterior, bem como uma secção coberta para refeições ao ar livre.

Quatro quartos estão dispostos no extremo sul da planta, três dos quais têm acesso direto a uma varanda estreita escondida por baixo da planta do telhado. O quarto principal tem acesso direto ao terraço principal, com uma grande tela deslizante de ripas de madeira a toda a altura, proporcionando total privacidade quando necessário.

Os acabamentos internos combinam com os exteriores, desde o cimento vertido e pré-moldado até à pedra e madeira. Situado no topo dos limites da cidade, o terraço e a sala de estar têm vista para o horizonte densamente povoado de Belo Horizonte até ao norte. A casa oferece o que os arquitetos chamam de "diálogo simultâneo" entre a cidade e a paisagem, uma moldura verde e pacífica para observar as luzes brilhantes da cidade.


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