O prémio de Fotografia do Ano do concurso World Press Photo 2024 foi atribuído à imagem de uma palestiniana, Inas Abu Maamar, de 36 anos, abraçada ao corpo da sobrinha Saly, de cinco anos, que foi morta, juntamente com outros membros da família, quando um míssil israelita atingiu a sua casa.
O fotógrafo da Reuters, Mohammed Salem, descreve a foto como um “momento poderoso e triste que resume o sentido mais amplo do que estava a acontecer na Faixa de Gaza”.
“O júri ficou profundamente emocionado pela forma como esta imagem evoca uma reflexão emocional em cada espectador. Composta com cuidado e respeito, oferece um vislumbre metafórico e literal sobre uma perda inimaginável”, pode ler-se no comunicado divulgado pela organização.
Vencedor História do Ano
Na categoria de História do Ano, a vencedora foi a sul-africana Lee-Ann Olwage com um trabalho em Madagáscar, sobre como “uma falta de consciência pública acerca de demência significa que as pessoas que mostram sintomas de perda de memória são muitas vezes estigmatizadas”.
“Esta história aborda uma questão de saúde universal através das lentes da família e do cuidado. A seleção de imagens é composta com carinho e ternura, lembrando aos espectadores o amor e a proximidade necessários em tempos de guerra e agressão em todo o mundo", comentou o júri.
Nesta foto, 'Dada Paul' e sua neta Odliatemix preparam-se para ir à igreja em Madagáscar. Ele vive com demência há 11 anos e é cuidado pela filha Fara. Esta história faz parte de um trabalho de longo prazo de Olwage sobre demência.
Vencedor melhor projeto de longo prazo
O fotógrafo venezuelano Alejandro Cegarra conquistou o prémio de melhor projeto de longo prazo com um trabalho sobre migrantes que tentam entrar no México pela sua fronteira a sul.
Desde 2019, as políticas de imigração do México passaram por uma mudança significativa, passando de uma nação historicamente aberta a migrantes e requerentes de asilo na sua fronteira sul para um país que aplica políticas de imigração rigorosas.
Com base na sua própria experiência de migração da sua Venezuela natal para o México em 2017, o fotógrafo Alejandro Cegarra iniciou este projeto em 2018. O júri considerou que a própria posição deste fotógrafo como migrante proporcionou uma perspectiva sensível centrada no ser humano.
Vencedor Formato Aberto
Já na categoria de Formato Aberto, a vencedora foi a ucraniana Julia Kochetova, com um ‘site’ que “reúne fotojornalismo com um estilo de documentário pessoal de diário que mostra ao mundo como se vive com a guerra enquanto realidade quotidiana”.
No meio de dezenas de milhares de vítimas civis e militares e de um impasse efetivo que já dura há muitos meses, não há sinais de paz no horizonte para a guerra da Rússia na Ucrânia.
"Enquanto a imprensa atualiza o seu público com estatísticas e mapas, e a atenção internacional se desvia para outros lugares, a fotógrafa criou um site que reúne o fotojornalismo com o estilo de documentário pessoal de um diário para mostrar ao mundo como é viver com a guerra no dia a dia", escreve organização.
O projeto combina imagens fotográficas com poesia, clipes de áudio e música em colaboração com um ilustrador e DJ ucraniano.
A World Press Photo 2024 deverá ser exibida em mais de 60 locais em todo o mundo, incluindo Amesterdão, Londres, Berlim, Roma, Cidade do México, Rio de Janeiro, Hong Kong, Taipei, Sidney ou Toronto. Também passará por Portugal.
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World Press Photo 2022: estas são as melhores fotos do ano
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