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Um dos grupos mais influentes e importantes do país presentes em vários sectores, desde a banca com o BES, à saúde e passando pelo turismo, está a passar por uma profunda reestruturação. O Grupo Espírito Santo (GES) está em rápida mudança, a vender ativos para sobreviver.
 
A história do grupo, nos últimos anos, fez-se com a aposta em diferentes áreas que ficaram concentradas no braço não financeiro: Rioforte. Da segurança ao turismo, construção, imobiliário, viagens, saúde, energia ou mesmo agropecuária, o GES está presente em praticamente todos os sectores de atividade, sendo reconhecido como um importante player na economia nacional. Mas a história está prestes a mudar e o universo Espírito Santo vai encolher, segundo escreve o Dinheiro Vivo. 
 
O grupo já tinha começado a desfazer-se de alguns ativos mas agora, por necessitar de sanar as contas, terá de acelerar o processo de venda. Depois de ter alienado as participações financeiras na EDP e Zon, vendeu a NetViagens, dispersou 49% da Espírito Santo Saúde na Bolsa e não está afastada a possibilidade de dispersar mais.  
 
Vai ainda aumentar em mil milhões de euros o capital Rioforte, com o objetivo de, mais tarde, pôr a empresa na Bolsa  
 
O grupo tem ainda à venda a Escom (um dos principais investidores em Angola, com negócios nas áreas da mineração, imobiliário, obras públicas, agricultura, aviação, energia, entre outras), os Hotéis Tivoli, um imóvel em Miami, património no Brasil, e já recebeu seis propostas pela seguradora Tranquilidade, como o Dinheiro Vivo noticiou em primeira mão. Mas a lista não fica por aqui. Aliás foi o próprio presidente do BES, Ricardo Salgado, que afirmou, em entrevista ao Jornal de Negócios, que "há ene coisas que podem ser vendidas".  
 
"Vão-se os anéis ficam os dedos." E é mesmo isso que o grupo está a fazer, a vender os inúmeros anéis para manter os dedos e garantir que não existe qualquer incumprimento, como Ricardo Salgado garantiu ser o objetivo.  
 
Nestas mudanças no grupo nem o BES Investimento parece escapar.  
 
O banco de investimento está a negociar a entrada de investidores de Abu Dhabi na sua estrutura acionista, avançou o Expresso. Caso o negócio venha a concretizar-se, os árabes poderão ficar com 45% do capital, o BES com os outros 45% e 10% ficarão nas mãos da gestão.  
 
Na cascata de participações da família Espírito Santo, a ESI controla o Espírito Santo Financial Group (ESFG), que, por sua vez, é o maior acionista do BES. Dentro do grupo, algumas empresas financiavam-se através do banco. Os problemas começaram a surgir no braço não financeiro do grupo. E para garantir que não há contaminação ao banco foi posto em marcha um plano de reestruturação que prevê a separação por completo da área financeira da não financeira.  
 
O distanciamento que se pretende é de tal forma que as empresas da área não financeira deixarão de ter a marca Espírito Santo.  
 
Irregularidades obrigam a reforço de capitais  
 
No final do ano passado, o ESFG foi obrigado a fazer uma provisão de 700 milhões de euros para cobrir o risco de não pagamento de papel comercial (títulos de crédito) de empresas do grupo que tinha sido vendido pela rede de retalho.  
 
A fragilidade das contas do grupo ficou ainda mais visível com a publicação do prospeto de aumento de capital do BES. O documento referia que na auditoria do Banco de Portugal às contas da Espírito Santo Internacional (ESI) foram detetadas "irregularidades" nas contas da holding que controla o Grupo Espírito Santo e que a "sociedade apresenta uma situação grave".  
 
O BES admitia no prospeto que estas irregularidades poderão ter um impacto reputadonal na instituição liderada por Ricardo Salgado, bem como no preço das ações.  
 
O banco está a realizar um aumento de capital de 1045 milhões de euros com o propósito de reforçar os rádos de capital e a preparar-se para os testes de stress a que vai ser submetido pelas autoridades europeias, juntamente com outros bancos.  
 
 

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