Todos os Santos ou Halloween? Estas lendas dão que pensar...

A noite mais assustadora e o dia mais doce do ano, estão a chegar. Todos os anos o Halloween e o Dia de Todos os Santos andam de mãos dadas. O que significa que há quem se dedique a criar máscaras assustadoras para uma noite de sustos e há quem prefira ter o 'stock' dos doces cheios para celebrar com as crianças que, em grupo, percorrem aldeias batendo de porta em porta com uma cantiga do Pão por Deus. Este ano, o feriado de 1 de novembro calha a uma sexta feira o que também é sinónimo de um fim de semana prolongado.

Se ainda não tens planos para celebrar estas datas, deixamos-te algumas sugestões com vários locais de norte a sul de Portugal onde há lendas aterradoras por descobrir. Deixa-te levar pela magia do Halloween!

Se gostas do universo místico e assombrado, sugerimos-te que aproveites a data para uma escapadinha de fim de semana através de alguns dos lugares mais assustadores do país. Faz as malas, ganha coragem e embarca numa viagem por locais que podiam ter saído de um filme de terror. 

Palácio da Vila, Sintra

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No centro da Vila de Sintra, é possível encontrar um dos mais antigos e icónicos palácios de Portugal. O Palácio de Sintra, ou Palácio da Vila como também é conhecido foi construído ao longo de vários séculos e combina diferentes estilos arquitetónicos tendo sido a residência da família real portuguesa. 

Durante o dia é local de passagem de inúmeros turistas que de um amplo largo tem vista sobre a serra onde se pode observar ao alto o famoso Castelo dos Mouros. Mas é à noite, com a chegada do nevoeiro que se costuma abater sobre a região, que a aura mística vem ao de cima. Uma das mais intrigantes sobre este palácio, está relacionada com o seu interior, mais precisamente com a Sala dos Brasões. Trata-se de uma sala imponente, onde se encontra o brasão de várias famílias nobres de Portugal, exibido no seu teto.

Ecoa nas paredes silenciosas a lenda do "Fantasma do Cavaleiro", uma das mais antigas transmitida ao longo de várias gerações, que conta que há muitos anos, existiu no palácio um jovem guerreiro prometido em casamento à filha de um influente nobre da corte. 

Destacado para várias batalhas nunca perdeu a esperança de voltar para realizar o sonho de casar com a sua donzela, no entanto, a bonita jovem nobre fazia parte de um universo de alianças impostas pela realiza e sem o conhecimento do pobre cavaleiro, o pai da donzela planeava casá-la com outro homem mais influente e poderoso.

A jovem acabou por ser forçada a casa contra a sua vontade e ao descobrir a traição de que fora alvo, o cavaleiro desafiou o homem, agora marido da donzela, para um duelo mortal. Cheio da raiva que o apoderava enfrentou o combate numa das salas laterais do palácio, acabando por morrer de um ferimento fatal. 

Diz-se que o seu espírito ficou preso no Palácio de Sintra, sendo condenado a vaguear pela Sala dos Brasões que associava à glória da sua classe e à família traidora. Segundo reza a lenda, o fantasma do cavaleiro aparece em noites de lua cheia, flutuando pelos corredores e libertando um suspiro de angústia. Há quem diga que já se ouviram passos inexplicáveis durante a madrugada juntamente com um som metálico de uma armadura a arrastar-se pelo chão!

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Castelo de Montemor-o-Velho, Coimbra

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É no Baixo Mondego, no distrito de Coimbra que se encontra uma das mais antigas fortificações de Portugal. Testemunho de muitos conflitos entre cristãos e mouros ao longo dos séculos, este castelo é também palco de uma lenda assombrosa e triste.

A história de uma princesa e do seu amor proibido por um cavaleiro cristão. Conta a lenda que durante o período das reconquistas cristãs, a filha de um nobre mouro vivia no castelo. Esta bonita donzela preenchia os seus dias a admirar a beleza circundante passeando pelos jardins e muralhas. Uma vez, encontrou um jovem cavaleiro da reconquista que patrulhada a região e apaixonaram-se perdidamente apesar das suas diferenças.

Durante vários meses encontrara-se secretamente, trocando juras de uma fuga em conjunto para viver o seu amor eterno. Mas o destino trocou-lhes as voltas e quando o pai da donzela descobriu o romance proibido prometeu vingança, elaborando um plano para eliminar a ameaça que pairava sobre a honra da sua família. 

Na noite em que tentava entrar no castelo para fugir com a sua amada, o jovem cavaleiro foi alvo de uma emboscada, sendo morto por espadas nas sombras das muralhas. Ao ter conhecimento de tal acontecimento trágico, a jovem donzela foi devastada pela sua dor, atirando-se de uma das torres altas do Castelo. 

Contam os habitantes da região que nas noites de nevoeiro, principalmente durante os meses de outono, a figura do fantasma da princesa pode ser avistada a vaguear pelas ruínas do castelo. Há quem relate que no sossego da noite, é possível ouvir lamentos suaves e soluços, como se a princesa esperasse o regresso do seu amado. 

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As Bruxas da Serra de Monchique, Algarve

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No coração do Algarve, a Serra de Monchique é conhecida pelas suas paisagens incríveis e águas termais que atraem visitantes há muitos anos. Mas, por detrás da serenidade das termas, diz-se que a serra esconde uma história de fazer arrepiar até os mais céticos. 

Falamos da lenda das Bruxas da Serra de Monchique que, segundo consta, conta que nos tempos antigos este local era habitado por bruxas com incríveis poderes místicos e uma ligação forte às forças da natureza. Temidas pelos habitantes dos aldeões das vilas circundantes, que juravam que as mulheres praticavam rituais sombrios ao cair da noite, escondidas entre as profundezas da floreta e as montanhas.

As noite mais temidas eram as de quinta-feira, pois diz-se que nestes dias as bruxas se reuniam pela serra em círculos, traçando símbolos estranhos com fogo no chão e cantando cânticos em línguas esquecidas. Os aldeões acreditavam que estas eram responsáveis pelo envolvimento de Monchique num eterno nevoeiro que surgia repentinamente. 

Nas noites mais escuras, eram relatados risos estridentes e distantes que ecoavam pela montanha, assim como figuras encapuzadas que se deslocavam entre as árvores rapidamente. Segundo reza a história, aqueles que se aproximavam em demasia das suas reuniões secretas ou interferiam com as suas forças, poderiam sofrer de feitiços como terríveis vinganças: doenças inexplicáveis, prisões de espírito ou confusão mental que os levaria à loucura. 

Muitos caçadores e viajantes que se aventuraram na serra acabaram perdidos por ali, incapazes de encontrar o caminho de volta, como se de um labirinto se tratasse. São muitas as histórias que envolvem as bruxas da Serra de Monchique como poções misteriosas e maldições. Até hoje, os mais velhos dizem que as bruxas ainda espeitam nas sombras da serra, por via das dúvidas, mais vale não incomodar os poderes antigos.

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O Fantasma da Sé de Évora

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Este local é um dos monumentos mais imponentes de Portugal, venerada pela sua grandiosidade gótica e romântica. Foi, durante vários séculos, um importante centro religioso do país. Famoso por abrigar histórias de vida e morte, mas uma das mais assombrosas tem um fantasma como protagonista. 

Esta lenda leva-nos numa viagem até à construção da catedral. Conta-se que durante as obras, um jovem trabalhador que trabalhava na construção das torres, sofreu um terrível acidente: caiu das alturas enquanto trabalhava na construção do campanário e apesar da tentativa de ajuda por parte dos seus colegas, o jovem pedreiro acabara por morrer de forma cruel.

Desde então, vários relatos estranhos começaram a circular. Vigilantes noturnos que à época guardavam a sé, contavam que ouviam ruídos inexplicáveis nas noites de nevoeiro. Também passos lentos e pesados a ecoar pelos corredores eram ouvidos, mesmo quando o edifício estava completamente vazio. 

Mais tarde e de forma gradual, todos os que passavam pela Sé em noites de lua cheia ou em madrugadas de bruma, começaram a relatar uma figura sombria, sem expressão no olhar, que deslizava pelas galerias superiores da catedral. Segundo os rumores que se perpetuaram no tempo, seria a figura do jovem trabalhador que ainda veste as suas roupas rotas e manchadas de sangue como no dia em que caiu. 

O detalhe mais impressionante destes relatos são as mãos ensanguentadas que, supostamente ainda seguram as ferramentas com que trabalhava. Há quem jure ter ouvido o som de martelos a bater na porta, como se o jovem ainda estivesse a tentar concluir o trabalho que nunca terminou. 

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