Apontam a falta de condições, as filas intermináveis e o preço "exorbitante" de acesso a um parque que não responde às expectativas.
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“Chuva” de críticas à Capital do Natal: visitantes pedem reembolso e até encerramento do parque
Facebook Capital do Natal

Acusações de fraude, publicidade enganosa, filas intermináveis, ou má organização. Já vai longa a lista de reclamações ao maior parque de Natal da Europa, inaugurado no dia 29 de novembro de 2019, no Passeio Marítimo de Algés, em Oeiras. A “Capital do Natal”, que prometia elfos mágicos, palácios, pistas de gelo reais, neve e uma roda gigante, não tem vindo a "cair bem”, afinal, aos visitantes, desiludidos e revoltados com o “balúrdio” que tiveram de pagar para aceder a um espaço que não está a responder positivamente às elevadas expectativas.

As redes sociais do evento foram invadidadas por comentários de visitantes a exigirem o reembolso do valor do bilhete e a criticarem as más condições dos animais do recinto. “Antes de mais muitos parabéns pelo marketing que envolve o evento, parabéns pela comunicação que engana qualquer um. Gostaria de saber onde posso reclamar sobre este evento”, “Adorei o Capitalismo no Natal, adorei as decorações baratas, a falta de gosto, a relva falsa, as renas deitadas com ar miserável, as lâmpadas néon e principalmente adorei o roubo descarado de duas dezenas e meia de euros”, “É assim que se deitam 100 euros no lixo, com publicidade enganosa e omissão de informação. Nem de borla lá voltava” – estes são alguns dos (muitos) comentários que podem ler-se na página de Facebook do evento.

Há muitas críticas de portugueses, mas sobretudo de centenas de turistas espanhóis, que falam em publicidade enganosa. “Gostaria de dizer que este parque é uma fraude, um engano, publicidade enganosa”, escreve uma visitante, frisando a “má organização e filas intermináveis”.

A Unión de Consumidores de Extremadura (UCE) de Espanha, conta o Público, já recebeu mais de 100 chamadas a reclamar do evento dedicado ao Natal. Ao que tudo indica, a UCE remeteu, inclusive, uma reclamação escrita à organização a exigir o reembolso, dado que na “publicidade que a empresa fez do evento constam serviços e instalações que o parque não tem”.

Mas há mais. Escreve a mesma publicação que até já foi criado um grupo de Facebook, “Capital do Natal Estafa” (estafa que é fraude, em espanhol), e uma petição a pedir o encerramento do parque temático. A localidade de Villanueva del Fresno, no país vizinho, por exemplo, que já tinha organizado excursões ao parque, informou ter suspendido a visita.

Promotores refutam acusações

Na sequência das notícias veiculadas a propósito das queixas de visitantes que acusam a “Capital do Natal” de fraude e publicidade enganosa, a Christmas Fun Park, entidade responsável pela organização do evento emitiu um comunicado a refutar todas as acusações.

“Após o fim-de-semana e depois de termos tomado contacto com os comentários que recebemos nas redes sociais, analisámos a informação e tomámos conhecimento que algumas entidades em Espanha, como blogues e agências de viagem, veicularam informação incorrecta sobre o evento, sem terem confirmado ou validado essa informação connosco. Esta situação, completamente alheia à nossa organização, já está a ser analisada pelos nossos representantes jurídicos para a necessária avaliação de responsabilidades”, escreve a organização, acrescentando que “esta ação” acabou por criar falsas expectativas a alguns visitantes e “afetou negativamente a sua experiência no parque”, o que deu origem a “um conjunto de queixas e comentários negativos nas redes sociais”.

Sobre as filas, e uma vez que um “parque temático acolhe diariamente milhares de visitantes por dia”, a organização considera “normal a existência de tempos de espera”. A entidade rejeita ainda as acusações de más condições para os animais no recinto, “já que as renas, tal como todo o Parque, estão devidamente licenciadas pelas autoridades competentes”, adiantando estar a “responder individualmente a todas as queixas e comentários negativos e a avaliar as formas possíveis de resolver as situações reportadas”.

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