Conhecido como a Revolução dos Cravos, este movimento histórico pôs fim a uma ditadura e abriu caminho para a democracia em Portugal
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25 de Abril
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O dia 25 de Abril de 1974 é um marco fundamental na história de Portugal, representando um momento de viragem que transformou profundamente o país. Conhecido como a Revolução dos Cravos, este movimento histórico pôs fim a uma ditadura e abriu caminho para a democracia em Portugal. Descobre o que é o 25 de abril em Portugal.

O que é o 25 de abril em Portugal?

25 de Abril
muffinn, CC BY 2.0 Creative commons

O 25 de Abril de 1974, conhecido como a Revolução dos Cravos, assinala o momento em que Portugal pôs fim à ditadura do Estado Novo. Este movimento foi liderado pelo Movimento das Forças Armadas (MFA), composto por oficiais descontentes com o regime autoritário e as prolongadas guerras coloniais. Na madrugada desse dia, os militares ocuparam pontos estratégicos em Lisboa, derrubando o governo sem recorrer à violência. A população aderiu massivamente ao movimento, e os cravos vermelhos colocados nas armas dos soldados tornaram-se o símbolo de uma revolução pacífica e esperançosa.

A Revolução dos Cravos marcou o início da transição de Portugal para a democracia. Foram restabelecidas as liberdades civis, abolida a censura e libertados os presos políticos. Iniciou-se também o processo de descolonização, conduzindo à independência de várias colónias africanas. Este período, conhecido como Processo Revolucionário em Curso (PREC), foi caracterizado por intensas transformações sociais, políticas e económicas. O 25 de Abril é atualmente celebrado como o Dia da Liberdade, sendo uma data emblemática na história portuguesa.

O contexto político antes do 25 de abril

Antes do 25 de Abril de 1974, Portugal vivia sob o regime autoritário do Estado Novo, instaurado em 1933 por António de Oliveira Salazar. Este sistema político, de inspiração corporativista e nacionalista, caracterizava-se pela concentração de poder, censura à imprensa, repressão das liberdades civis e proibição de partidos políticos, exceto a União Nacional. A polícia política (PIDE) desempenhava um papel central na vigilância e repressão de opositores. Após a queda de Salazar, devido a problemas de saúde em 1968, Marcelo Caetano assumiu a liderança, prometendo reformas moderadas. No entanto, as mudanças foram insuficientes para satisfazer as crescentes exigências de liberdade e modernização da sociedade portuguesa.

A década de 1960 foi marcada pelo início da Guerra Colonial, com conflitos em Angola, Moçambique e Guiné-Bissau. Estes confrontos prolongados e dispendiosos agravaram o descontentamento popular e militar, especialmente entre os oficiais de patente intermédia, que viam a guerra como injusta e sem fim à vista. Internamente, a economia mostrava sinais de estagnação, e a sociedade civil começava a manifestar-se contra a falta de liberdades e oportunidades. Este clima de insatisfação generalizada criou as condições propícias para a eclosão da Revolução dos Cravos, que viria a pôr fim ao Estado Novo e iniciar o processo de democratização em Portugal.

Porque se chama a Revolução dos Cravos?

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Anita Braga, CC BY-SA 4.0 Creative commons

Na madrugada de 25 de abril de 1974, Portugal testemunhou um golpe militar que pôs fim a quase cinco décadas de ditadura do Estado Novo. O Movimento das Forças Armadas (MFA), composto por oficiais descontentes com o regime e as guerras coloniais, iniciou a operação com dois sinais musicais transmitidos na rádio: às 22h55, "E Depois do Adeus" de Paulo de Carvalho, e às 00h20, "Grândola, Vila Morena" de Zeca Afonso. Estas canções serviram como códigos para a mobilização das tropas, que rapidamente ocuparam pontos estratégicos em Lisboa, como o Terreiro do Paço e o Quartel do Carmo, onde o então chefe do governo, Marcelo Caetano, se rendeu ao final do dia, exigindo que o poder fosse entregue ao general António de Spínola.

Apesar das ordens do MFA para que a população permanecesse em casa, milhares de civis saíram às ruas em apoio aos militares. Um gesto simbólico marcou a revolução: civis ofereceram cravos vermelhos aos soldados, que os colocaram nos canos das espingardas, dando origem ao nome "Revolução dos Cravos". O golpe foi maioritariamente pacífico, mas registaram-se quatro mortes quando elementos da polícia política (PIDE/DGS) dispararam sobre manifestantes junto à sua sede em Lisboa.

Os concertos que celebram a liberdade

As comemorações do 25 de Abril de 2025 em Portugal serão marcadas por uma programação de concertos e eventos culturais, que celebram os 51 anos da Revolução dos Cravos. De norte a sul do país, artistas de diversos géneros musicais vão subir aos palcos para homenagear a liberdade e a democracia conquistadas em 1974. De norte a sul do país, estes são os locais onde a celebração vai ser comemorada de forma efusiva:

  • Lisboa: 24 de abril às 21h30, Tiago Bettencourt; 25 de abril às 17h00, Tributo a António Variações com “À Variações”; 25 de abril às 21h30, Sara Correia e 26 de abril às 21h30, Marisa Liz.
  • Porto: 24 de abril às 22h00, homenagem a Carlos Paredes, com atuações de Capicua e do Coral de Letras da Universidade do Porto.
  • Coimbra: 25 de abril às 18h00, concerto “Paredes de Abril” com Stereossauro, DJ Ride, Ricardo Gordo, Ana Magalhães, Pedro Jóia, Beatriz Rosário, Ricardo Silva e Rui Pato.
  • Évora: 24 de abril às 22h30, concerto “E Depois do Adeus? Uma Vida de Cantigas” com Paulo de Carvalho e banda de sopros.
  • Setúbal: 24 de abril às 22h00, concerto de Slow J no Largo José Afonso e no dia 25 de abril, concerto de Carolina Deslandes.
  • Moita: 24 de abril às 22h00, concerto dos Delfins.
  • Almada: 24 de abril às 22h30, concerto dos GNR e Van Zee na Praça da Liberdade.
  • Seixal: 24 de abril às 21h30, concertos de Sérgio Godinho & A Garota Não e Ivandro e no dia 25 de abril às 21h00 A Liberdade – Espetáculo Comemorativo do Dia Mundial da Dança.
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