
Após a morte do Papa Francisco, que ocorreu esta segunda-feira, dia 21 de abril de, aos 88 anos, a Igreja Católica entra num período de reflexão e transição. Com o início do processo para eleger um novo pontífice, destaca-se a presença de quatro cardeais portugueses entre os eleitores do próximo Papa. Esta representação inédita coloca Portugal numa posição de destaque no cenário eclesiástico global. Descobre quem são os quatro cardeais portugueses que podem suceder ao Papa Francisco.
Como se elege o novo Papa?

A eleição de um novo Papa é conduzida através do Conclave, um processo rigorosamente secreto que ocorre na Capela Sistina, no Vaticano. Apenas os cardeais com menos de 80 anos têm direito a voto, conforme estabelecido pela constituição apostólica Universi Dominici Gregis, promulgada por João Paulo II em 1996.
Antes do início das votações, os cardeais participam da Missa Pro Eligendo Pontifice na Basílica de São Pedro e fazem um juramento de sigilo absoluto . Durante o Conclave, os cardeais permanecem isolados do mundo exterior, sem acesso a meios de comunicação, e realizam votações secretas até que um candidato obtenha uma maioria de dois terços dos votos.
Após cada votação, os boletins são queimados. O fumo preta indica que nenhum Papa foi eleito, enquanto o fumo branca sinaliza a escolha do novo Papa. O novo Papa é então anunciado ao mundo com a tradicional proclamação "Habemus Papam" a partir da varanda central da Basílica de São Pedro.
Quem são os quatro cardeais portugueses no Conclave?
Pela primeira vez na história, Portugal conta com quatro cardeais eleitores no conclave que escolherá o sucessor do Papa Francisco, refletindo a confiança do pontífice na Igreja portuguesa e o seu papel crescente no cenário eclesiástico global.
D. Manuel Clemente, de 76 anos, é o patriarca emérito de Lisboa e foi elevado a cardeal em 2015. D. António Marto, com 77 anos, é bispo emérito de Leiria-Fátima e foi criado cardeal em 2018. D. José Tolentino de Mendonça, de 59 anos, é prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação e é considerado um dos principais intelectuais da Cúria Romana. D. Américo Aguiar, com 51 anos, é bispo de Setúbal e foi nomeado cardeal em 2023, após coordenar a Jornada Mundial da Juventude em Lisboa.
Trajetória e influência dos cardeais portugueses
Os quatro cardeais portugueses que participam no Conclave de 2025 representam diferentes gerações e sensibilidades dentro da Igreja Católica, refletindo a diversidade e a vitalidade do catolicismo em Portugal. Eis a trajetória de cada cardeal.
- D. Manuel Clemente, patriarca emérito de Lisboa, é reconhecido pela sua formação académica em História e Teologia, tendo sido criado cardeal em 2015 pelo Papa Francisco;
- D. António Marto, bispo emérito de Leiria-Fátima, destacou-se pela sua abertura ao diálogo com o mundo contemporâneo e pela sua participação ativa nas comemorações do centenário das Aparições de Fátima, tendo sido elevado a cardeal em 2018;
- D. José Tolentino de Mendonça, natural da Madeira, é uma figura de destaque na Cúria Romana, onde exerce funções como prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação. Conhecido pela sua sensibilidade literária e teológica, foi criado cardeal em 2019;
- D. Américo Aguiar, o mais jovem dos quatro, é bispo de Setúbal desde 2023 e ganhou notoriedade ao coordenar a Jornada Mundial da Juventude em Lisboa, sendo nomeado cardeal no mesmo ano.
Que perfil precisa de ter o próximo Papa?

O próximo Papa deverá ter um perfil multifacetado, capaz de responder aos desafios internos e externos que a Igreja Católica enfrenta. Além disso, deve ser capaz de equilibrar a diplomacia da Igreja num mundo cada vez mais polarizado e conflituoso, reforçando o papel da Santa Sé como mediadora de paz e diálogo inter-religioso. A questão dos abusos sexuais continua a ser uma preocupação central, portanto, o próximo Papa precisa manter o foco na proteção das vítimas, assegurando que a Igreja seja um lugar seguro para todos os fiéis.
Além dessas competências administrativas e diplomáticas, o novo Papa deve ter uma visão pastoral inclusiva e aberta às questões contemporâneas, como a secularização crescente e os desafios éticos e sociais do mundo moderno. A capacidade de comunicar eficazmente com diferentes culturas e contextos sociais será fundamental para restaurar a credibilidade da Igreja e atrair as novas gerações.
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