
Chegado o verão, multiplicam-se pelo país as Marchas do Orgulho LGBTQIA+, eventos que combinam o ativismo com a celebração da resistência.
Em Portugal, o número de marchas fora dos grandes centros urbanos tem aumentado nos últimos anos, sinal importante para a visibilidade e a luta pelos direitos LGBTQIA+.
Neste artigo, reunimos as principais datas de 2025 para que possas marcar no calendário as marchas mais próximas de ti ou apoiar outras regiões que estão a dar os primeiros passos na organização destes eventos.
Quais são as marchas do orgulho LGBTQI+ previstas em Portugal?

A seguir poderás conhecer as cidades portuguesas que irão acolher várias marchas LGBTQIA+, com o objetivo de destacar a visibilidade das comunidades trans e queer no espaço público:
- 7 de junho – Lisboa: a marcha tem início às 16h30, na Praça do Marquês de Pombal. Segundo a organização, em 2024 reuniu mais de 50 mil participantes;
- 12 de junho – Barcelos: decorrerá a sexta edição da marcha LGBTQI+ na cidade;
- 14 a 23 de junho – Lisboa: a capital portuguesa recebe o EuroPride, com um extenso programa de atividades culturais, performances, conferências e celebrações em torno da diversidade e dos direitos LGBTI+;
- 14 de junho – Aveiro: haverá uma concentração às 15h no Largo da Estação. A marcha inicia-se às 16h e segue até à Praça da República, num percurso de “celebração, resistência e reivindicação”;
- 14 de junho – Caldas da Rainha: será a quarta marcha desta cidade. Começa às 16h na Praça 25 de Abril e termina no Parque D. Carlos I. A organização sublinha: “A resistência é coletiva”;
- 21 de junho – Vila Nova de Famalicão: a marcha nesta cidade terá Início às 16h na Praça Dona Maria II. A marcha surge como resposta aos discursos de ódio e extremismo político;
- 28 de junho – Porto: a marcha celebra a sua 20.ª edição e começa às 15h. Ainda sem mais informações divulgadas;
- 5 de julho – Braga: a marcha está confirmada para esta data.
- 5 de julho – Ovar: no mesmo dia está prevista uma marcha neste concelho;
- 19 de julho – Santo Tirso: a marcha começa às 16h, no Jardim da Praça Conde de São Bento;
- 18 de setembro – São João da Madeira: a segunda edição, organizada pela associação Ecos Urbanos terá início às 15h na Praça Luís Ribeiro;
- 21 de setembro – Leiria: a marcha é organizada por vários coletivos locais, incluindo o Movimento LGBTI Leiria e associações académicas;
- 23 de setembro – Bragança: decorrerá a oficina de cartazes às 14h na cantina do IPB, seguida de marcha às 15h. O evento termina com uma festa no Lagoa Azul às 18h.
- 4 de outubro - Viseu: a 8.ª Marcha de Viseu pelos Direitos LGBTQIA+ é convocada pela Plataforma Já Marchavas e apela à mobilização massiva contra a neutralidade face à discriminação.
De referir ainda que são organizados vários eventos ao longo do ano pelo Madeira Pride, que procuram promover a inclusão da comunidade LGBTQI+ na Madeira e Porto Santo, combater o preconceito e alargar a celebração do orgulho a toda a região. Os seus eventos podem ser conhecidos nas redes sociais.
Qual a importância das Marchas LGBTQIA+?

Se estás a pensar participar numa marcha do orgulho LGBTQIA+, mas ainda te perguntas porquê, aqui ficam cinco boas razões para o fazeres:
- Celebrar quem és: as marchas são espaços seguros onde podes expressar a tua identidade e orientação sem medo, num ambiente de orgulho, cor e liberdade;
- Lutar por direitos: as marchas LGBTQI+ são manifestações com impacto político, que exigem igualdade, justiça e respeito, num país e num mundo onde ainda há muito por fazer;
- Dar continuidade às conquistas: foi graças a estas lutas que hoje há casamento igualitário, adoção por casais do mesmo sexo ou o direito ao nome social;
- Levar a voz mais longe: a tua presença ajuda a ampliar o debate e a levar a mensagem de inclusão a cidades e comunidades onde ela ainda é pouco ouvida.
- Resistir e celebrar: marchar é sinónimo de resistir a retrocessos, celebrar tudo o que já foi alcançado e lembrar que o orgulho é também um ato de coragem coletiva.
Faças parte desta comunidade ou um querido aliado aproveita para marchar em nome do amor e da liberdade. Relembramos ainda que o mês de junho é conhecido como o mês do orgulho.
O que preciso saber sobre o movimento LGBTQIA+ em Portugal?
O movimento LGBTQIA+ em Portugal tem vindo a conquistar direitos fundamentais nas últimas décadas, graças ao trabalho persistente de ativistas e à força simbólica das marchas que se realizam todos os anos de norte a sul do país.
A primeira Marcha do Orgulho em Lisboa, em 2000, marcou o início de uma nova etapa na luta por igualdade, visibilidade e aceitação das pessoas LGBTQIA+.
Desde então, estas manifestações têm ajudado a quebrar o silêncio, a sensibilizar a sociedade e a reforçar a ideia de que os direitos humanos não são negociáveis.
Entre os marcos legislativos mais relevantes está a aprovação da Lei n.º 9/2010, que legalizou o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, colocando Portugal entre os primeiros países do mundo a dar este passo — ainda que inicialmente sem incluir o direito à adoção.

Em 2018, foi aprovada também a Lei da Identidade de Género, que consagrou o direito à autodeterminação e proibiu qualquer forma de discriminação com base na identidade ou expressão de género, reforçando ainda a criminalização das chamadas “terapias de conversão”.
Mais recentemente, houve avanços importantes noutras áreas, como a doação de sangue, com o Parlamento a aprovar por unanimidade o fim da discriminação com base na orientação sexual neste processo.
Ainda há trabalho por fazer, especialmente no combate ao preconceito fora dos grandes centros urbanos, mas Portugal é hoje considerado um dos países mais progressistas da Europa no que toca aos direitos LGBTQIA+ — e muito disso se deve à coragem de quem saiu à rua e exigiu ser tratado com igualdade e dignidade.
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