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Mais centros comerciais? Portugal sem espaço para novos shoppings
GTRES

O mercado de shoppings está saturado. Portugal está repleto de centros comerciais e não existe mais espaço para novos. O crescimento da população, e o nível económico, a par do cada vez maior dinamismo do comércio online, não justificam os investimentos de milhões neste modelo de negócio. Por tudo isto, mais comércio, só mesmo o de rua, defendem os especialistas.

Para a consultora Cushman & Wakefield (C&W) e a Associação Portuguesa de Centros Comerciais não há margem para dúvidas: o mercado em Portugal atingiu a maturidade e está saturado. “Abertos os últimos dois em construção — Évora e Loulé — o que se vai seguir é, sobretudo, uma sucessão de remodelações dos centros comerciais já existentes”, refere a responsável pelo Departamento de pesquisa da C&W, Marta Costa.

"Os centros comerciais são organismos vivos, ao contrário dos edifícios de escritórios, mais estáticos", que merecem remodelações e definição de políticas que permitam a "adaptação às novas tecnologias", que "é obrigatória”, considera a responsável, citada pelo Expresso.

Mas não é só a falta de espaço que ameaça os centros comerciais. O comércio eletrónico assume-se como um grande inimigo deste mercado, o que leva os proprietários a apostar "cada vez mais em vertentes que não podem ser transacionadas virtualmente", como o aumento de áreas dedicadas à restauração, mais espaços de lazer e de espetáculos, refere a analista, que dá como exemplo o centro comercial Colombo - que deverá  ter uma nova torre para escritórios e, assim, mais lojas para comércio nos pisos inferiores. 

Quem fica a ganhar são, na prática, as lojas de comércio de rua. Para Marta Costa da C&W, este cenário “Já está a acontecer nas principais artérias de Lisboa e Porto, mas irá expandir-se para outras ruas e também para outras cidades”. 

O setor dá emprego a 300 mil pessoas e fatura 9 mil milhões

De acordo com a associação (APCC) o setor fatura anualmente cerca de 9 mil milhões de euros e dá emprego a 300 mil pessoas: 100 mil de forma direta e 200 mil  de forma indireta.

De acordo com os analistas da C&W, o mercado dos centros comerciais captou 3,5 mil milhões de euros, desde 2013, o equivalente a 30% do total do investimento imobiliário comercial direto em Portugal nesse período e 64% do investimento feito por operadores internacionais. "O investimento indireto no setor (através da compra de unidades de participação em fundos especificamente dedicados à detenção de centros comerciais) estima-se superior a 1,5 mil milhões de euros”, refere ainda o estudo. 

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