A limpeza de terrenos continua a ser um grande desafio para o país. E em zonas de difícil acesso com tratores, giratórias ou roçadoras, não há nada melhor que um rebanho de cabras para limpar os matos e florestas e, em última estância, prevenir incêndios - algo que acontecia antigamente, de forma natural, com a cultivação dos solos. Foi também com base nesta ideia que nasceu a AniMob, um projeto de mobilidade animal – em fase de teste – que oferece um serviço de partilha de terreno e gado, para a área agroalimentar e florestal.
O objetivo do projeto, incubado na Mafra & Ericeira Business Factory e no programa de Aceleração Triggers da Casa do Impacto é “reduzir os custos de produção, prevenir os incêndios florestais, reter carbono e aumentar a resiliência dos solos”, tal como se pode ler no site.
A AniMob leva “rebanhos a vinhas, pomares e outros campos agrícolas, para que possam limpar as entrelinhas e aumentar a concentração de matéria orgânica no solo”, por exemplo, tornando assim os animais “os verdadeiros engenheiros agrónomos e florestais, capazes de regenerar os solos, aumentar a biodiversidade e tornar os seus produtores mais sustentáveis e resilientes”.
"Os animais são máquinas de limpeza que não estamos a aproveitar", refere João Xavier, fundador do projeto, numa entrevista ao Dinheiro Vivo. Segundo o responsável, e para contratar a limpeza de terrenos, que funcionará por subscrição anual, com mensalidades fixas adaptadas às características das propriedades, os clientes precisarão de aceder à plataforma e preencher o formulário.
O objetivo até ao final do ano é definir um plano financeiro a cinco anos, mas o “mais importante”, diz, seria “encontrar alguém que acreditasse na ideia e que quisesse entrar no projeto, idealmente como cofundador".
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