
Seis meses depois da invasão russa à Ucrânia, a Zona Euro começa a fraquejar. O continente europeu acusa o aumento imparável do preço do gás e o colapso do euro em relação ao dólar e os analistas admitem que a recessão é quase certa na segunda metade do ano - e a conjuntura pode continuar a piorar até 2024.
A decisão de Moscovo de suspender temporariamente o fornecimento de gás à Alemanha fez disparar para 295 euros por megawatt-hora o preço da matéria-prima, fundamental para a produção de eletricidade; os dados mais recentes mostram que a atividade de negócios contraiu na Alemanha e França em agosto, devido à queda na procura e ao aumento dos preços; o euro acaba de atingir novos mínimos de 20 anos em relação ao dólar, cuja paridade voltou a perder nesta terça-feira, tornando mais cara a compra de energia nos mercados internacionais, que é paga com o dólar; o Bundesbank espera inflação de dois dígitos na Alemanha no outono - atualmente em 7,5% - e vê uma recessão como mais provável; e a seca severa no continente reduziu a produção hidrolétrica quando esta é mais necessária e deixou baixos níveis mínimos de rios como o Reno —agora praticamente inavegável—, insubstituível para a circulação de mercadorias e matérias-primas energéticas. E com a locomotiva europeia gripada, toda a zona euro está em perigo, tal como analisa o El País.

Em agosto, o PMI compósito dos países da moeda única caiu pelo segundo mês consecutivo, pelos aumentos no custo de vida das famílias e os constrangimentos da oferta, que penalizam a indústria.
Este indicador da S&P Global, que mede a atividade empresarial, é visto como um bom termómetro da atividade económica e, por isso, soaram os alarmes entre os analistas. “A estimativa sinaliza que a recessão começou”, frisa Jack Allen Reynolds, economista sénior da Capital Economics, citado pelo Negócios.
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