Artigo escrito por joao.raposo@reorganiza.pt, partner da Reorganiza, para o idealista/news, no âmbito da rubrica “Trocado por Miúdos”.
No início desta semana foi divulgado um estudo realizado pelo Cetelem que concluía que 32% dos consumidores admite não ter qualquer capacidade de suportar uma despesa mensal imprevista. Este número é mais crítico se tivermos em conta que no ano passado o mesmo estudo revelava uma percentagem de 24%.
Mesmo daqueles que responderam que conseguiam fazer face a despesas inesperadas a grande maioria admite que apenas consegue para valores até os 100 euros.
Ora, por definição não podes controlar o que é inesperado, mas podes acautelar-te.
Antes de responderes que se ganhasses mais então terias maiores poupanças, procura fixar-te na lista das despesas que tens todos os meses. A este propósito pode ser interessante leres sobre os cinco indicadores de desequilíbrio financeiro.
O que o estudo do Cetelem revela é que as despesas fixas são tais que os portugueses não conseguem gerir a situação quando surgem outro tipo de despesas. Será que já alguma vez fizeste a divisão das tuas despesas conforme a sua natureza?
Idealmente deverás conseguir agrupar todas as despesas em três blocos: despesas essenciais, despesas que resultam de obrigações contratuais e despesas superficiais.
As despesas essenciais são aquelas sem as quais não poderias viver: despesas com a casa, alimentação, gastos para ir trabalhar, saúde e educação. O segundo bloco são as despesas que tens como consequência de obrigações contratuais, por exemplo: empréstimos bancários, seguros, empresas de telecomunicações.
Finalmente, no terceiro bloco deves considerar todas as outras despesas, que vulgarmente chamamos de supérfluas.
Os primeiros dois blocos de despesas não deverão representar mais de 80% das despesas totais. Se assim for sabes que tens margem para responder a despesas inesperadas como algum arranjo em casa, gastos na oficina, multas, alguma doença inesperada, entre outros exemplos.
Mais vale prevenires do que remediar. Por isso, procura que além da poupança mensal tenhas o teu orçamento equilibrado para não aumentares a percentagem de portugueses que não consegue suportar uma despesa mensal imprevista.
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