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5 indicadores de desequilíbrio financeiro
GTRES

Artigo escrito por joao.raposo@reorganiza.pt, partner da Reorganiza, para o idealista/news, no âmbito da rubrica “Trocado por Miúdos”.

Pode ser que sejas daquelas pessoas cuja realidade já te apanhou desprevenido. Isto é, quando menos esperavas foste confrontado com um facto consumado que pouco podes fazer para alterá-lo. São muitos os portugueses que são apanhados de surpresa no campo financeiro por realidades de difícil resolução.

Tem atenção aos cinco sintomas reveladores de um desequilíbrio na tua vida financeira:

  1. Prestações com atraso
    São aquelas situações em que não estás propriamente em incumprimento no mapa do Banco de Portugal mas tens deixado atrasar uns poucos dias as prestações. Consegues pagar todos os meses as tuas obrigações, mas sempre com um pequeno atraso. Se isto acontece é sinal que estás a pagar juros de mora. Simultaneamente é revelador que estás a viver no limite das tuas capacidades. Se algum imprevisto acontece entras rapidamente na “bola de neve” do endividamento.
     
  2. Taxa de esforço elevada
    É suposto que os bancos e instituições financeiras não financiem quem está com uma taxa de esforço muito elevada. A taxa de esforço é um cálculo efetuado pela relação entre o valor das responsabilidades mensais e o rendimento da família. Mas há variáveis que podem alterar a taxa de esforço, nomeadamente a redução de rendimentos ou o aumento de encargos fixos mensais. Um fator crítico de aumento da taxa de esforço é o recurso ao cartão de crédito. Nada impede que numa situação de maiores dificuldades financeiras possas utilizar o cartão de crédito que em tempos aprovaram em teu nome.
     
  3. Falta de um orçamento familiar
    A ideia comum de que o dinheiro desaparece é uma ideia falsa! O dinheiro não tem propriedades mágicas de modo a evaporar-se. O que acontece é que, por vezes, podes perder o rasto ao dinheiro, mas ele não tem autonomia para fugir das tuas mãos! A melhor forma de garantires que não perdes o rasto ao dinheiro é ter um orçamento familiar. Há quem diga que não faz orçamento para não ficar deprimido. Mas isto é um erro clamoroso! Quem não faz orçamento está seriamente em risco de ver as suas contas derraparem. Podes reler aqui o Guia para que o teu orçamento familiar não derrape como o do Estado.
     
  4. Não conhecer as despesas bancárias
    Há pequenas despesas que os bancos vão cobrando que, feitas as contas, acabam por representar valores muito elevados. Felizmente que em Portugal está a ser revista a lei que impede os bancos de cobrarem despesas de manutenção. Mas para perceberes ao certo o impacto destas despesas na tua vida faz o exercício de juntar os extratos bancários dos últimos três meses (se tiveres extrato digital também podes retirar a mesma informação pelos serviços de homebanking) e somares todas as linhas referentes a comissões e despesas de manutenção. Há bancos que quase não cobram estas despesas e há outros que cobram valores exorbitantes. Faz as contas e decide com outros critérios qual o banco com quem queres trabalhar mais.
     
  5. Ausência de poupança
    O último dos sintomas é o mais importante! Se és daqueles que consideras que um dia, quando ganhares muito, então irás fazer a tua poupança… estás enganado. A poupança é um hábito que se desenvolve desde pequeno, quer recebas muito, quer recebas pouco. Tens aqui algumas dicas para poupares mais e melhor. O mais importante de tudo é que consideres a poupança como o pagamento a ti próprio. Repara para onde vai o dinheiro que recebes. Provavelmente vais chegar à conclusão que todo o dinheiro que gastas é para pagares a outros. Mas agora repara para quem vai o dinheiro que “gastas” numa poupança… para ti próprio! A poupança deve ser a tua primeira despesa, pois é um pagamento que fazes a ti próprio. Não te esqueças que uma poupança não se improvisa. Por isso, quanto mais cedo começares menos esforço terás de fazer e maiores serão os teus ganhos.

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