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Super juiz, Carlos Alexandre, revela vida privada após denúncia

O juiz Carlos Alexandre, que tem lidado com alguns dos casos mais mediáticos da justiça portuguesa, decidiu revelar todas as suas fontes de rendimento à procuradora do Tribunal da Relação de Lisboa que investiga um inquérito de violação do segredo de justiça por parte do magistrado.

Segundo o jornal "i" desta manhã, o caso acabou arquivado no fim de março, mas como a denúncia anónima que foi investigada pela Relação levantava suspeitas sobre a sua relação com a Cofina e com o Grupo Espírito Santo, e de que poderia haver corrupção e tráfico de influências a mediar as suas relações, o juiz do Tribunal Central de Instrução Criminal fez questão de que não restassem dúvidas sobre a vida económica e patrimonial.

A carta não assinada, enviada em dezembro de 2014 para a Procuradoria-Geral da República e também para os seus serviços distritais de Lisboa, o juiz estaria nas mãos de um jornalista da "Sábado". Este teria descoberto factos comprometedores relacionados com os seus bens pessoais. Para que estes não fossem revelados, o juiz teria passado informação privilegiada sobre alguns processos judiciais.

Os rendimentos e património revelados por Carlos Alexandre

O magistrado revelou que que, em tempos, teve rendimentos mensais de cerca de 10 mil euros. Hoje estão reduzidos a oito mil: recebe cerca de 4 mil euros pelas funções que acumula enquanto juiz, a que soma mais dois mil euros do salário da mulher, funcionária das Finanças, e dois mil euros provenientes de arrendamentos de imóveis e da reforma da sogra, que mora consigo, com a mulher e com os seus dois filhos numa vivenda em Linda-a-Velha, comprada em 2006 através de um empréstimo de 400 mil euros contraído junto da CGD. Com a casa, contou, despende 2000 euros por mês.

Ainda segundo o jornal "i", a casa de Linda-a-Velha não é o único bem que tem em seu nome. Há mais de dez anos investiu num apartamento no Carvoeiro. Novamente através de empréstimo bancário, de 100 mil euros, e da mesma instituição. Todos os meses, pelo menos 600 euros servem para pagar este crédito.

Segundo a carta não assinada, enviada para a Procuradoria-Geral da República e também para os seus serviços distritais de Lisboa, o juiz estaria nas mãos de um jornalista da "Sábado". Este teria descoberto factos comprometedores relacionados com os seus bens pessoais. Para que estes não fossem revelados, o juiz teria passado informação privilegiada sobre alguns processos judiciais.

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2 Comentários:

Nuno Sousa
6 Maio 2015, 13:52

Quem na nossa sociedade se dedica a causas justas, como é o caso deste juiz, é sujeito a tensões incríveis e a um desgaste tremendo.
Só posso imaginar as pressões a que é sujeito para deixar cair as acusações que pendem sobre os altos corruptores e corrompidos deste país.
Expresso aqui a minha gratidão a indivíduos como este que dedicam a sua vida a tentar tornar o nosso país um pouco melhor e a fazer pela Justiça portuguesa o que a maioria não faz, por inércia ou por interesse.

Maria do Rosário
6 Maio 2015, 13:58

Mas que palavreado hipócrita e totalmente desviado da realidade. Isto é uma notícia para tentar jogar areia nos olhos do povo. Ora bem, como é que este indivíduo (o "super juíz) paga uma prestação mensal tão baixa (600,00 euros mensais !!) para um total de empréstimo imobiliário de 500'000,00 (400'000,00 + 100'000,00) ?!?!

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