O Governo socialista de António Costa está determinado a captar investimento britânico ou de multinacionais instaladas no Reino Unido para Portugal. Dentro desse objectivo o ministro da Economia partiu para Londres em missão, de forma a tirar partido da incerteza criada no país pelo ‘Brexit’.
"Consideramos que há um potencial grande de empresas que podem ter interesse em expandir os seus negócios em Portugal", disse Manuel Caldeira Cabral à agência Lusa, à chegada a Londres, onde iniciou a visita com um almoço na embaixada de Portugal com empresários das áreas de 'nearshoring' (produção para outros mercados) e serviços partilhados.
Portugal, defende o governante, tem como vantagem possuir o mesmo fuso horário que Londres, uma geração fluente em língua inglesa e qualificada na área financeira, empresas tecnológicas e engenharia, além de níveis competitivos em termos de imobiliário e custo de vida.
Na comitiva, além de representantes de quatro empresas nacionais (GFI Portugal, Novabase GTE, Axians Portugal e SIBS Internacional), está um elemento da estrutura de missão temporária recém-criada com o objectivo de atrair para Portugal investimentos que pretendam permanecer na União Europeia após a saída do Reino Unido.
Um "mundo" de oportunidades com o Brexit
Desde o início deste ano, recorda a agência de notícias, já visitaram Londres o ministro das Finanças, Mário Centeno, e o secretário de Estado da Indústria, João Vasconcelos, com o objetivo de atrair empresas britânicas ou multinacionais com presença no Reino Unido.
"Estamos obviamente a encarar o ‘Brexit’ como todas as pessoas na Europa, com alguma apreensão e atenção, mas também a olhar para as oportunidades que se podem abrir de empresas que, querendo continuar dentro do espaço da União Europeia, procuram agora localizações alternativas para colocar parte das suas actividades", salientou o ministro.
Além de empresas britânicas, explicou, "há multinacionais presentes no Reino Unido que estão a equacionar ter parte da sua actividade em países no espaço europeu para conferir estabilidade às suas operações europeias".
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