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Quase 13 mil escravos hoje em Portugal? Sim e muitos devido a falsas ofertas de trabalho
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O Índice Global de Escravatura (IGE) de 2016 estima que em Portugal existam 12.800 pessoas escravizadas e muitos destes casos serão migrantes, aliciados por falsas ofertas de trabalho. Os novos dados apresentados mostram a existência de 45,8 milhões de escravos a nível mundial, através de redes de tráfico humano, trabalho forçado, servidão por dívidas, casamento forçado ou exploração sexual. 

O jornal Público noticia que foi registado um grande aumento no número absoluto de pessoas que o IGE considera viverem em condições de escravatura, em Portugal. Segundo o relatório de 2014, citado pelo diário, em Portugal existiam cerca de 1.400 pessoas a viver numa situação de escravatura.

A subida verificada será explicada pelo reajustamento da definição de escravatura por parte do IGE, que considera que “escravatura moderna implica o controlo ou posse de uma pessoa, retirando-lhe a sua liberdade individual, com intenção de a explorar. As pessoas são escravizadas através de redes de tráfico humano, trabalho forçado, servidão por dívidas, casamento forçado ou exploração sexual”.

Fiona David, diretora executiva do departamento de pesquisa global da Walk Free Foundation, em declarações que “as pessoas podem ter sido recrutadas por ofertas de trabalho falsas” e que são muitas vezes imigrantes a quem foram retirados os “documentos ou são usados outros meios” para não os deixar partir.

Portugal adota medidas anti-escravatura

No ranking dos países cujos governos estão a tomar mais medidas contra a escravatura, Portugal surge em 6º lugar, a seguir à Holanda, Estados Unidos, Reino Unido, Suécia e Austrália, informa o Público. Para medir este ranking foram usadas respostas a 98 indicadores de boas práticas que tivessem em conta “fatores como leis, apoio a vítimas ou aplicação de determinados standards no trabalho”. Fiona David aplaudiu a existência de um organismo de combate à escravatura: o Observatório do Tráfico de Seres Humanos.

No número absoluto de pessoas consideradas como integrantes da “escravatura moderna”, a Índia (18,3 milhões de indivíduos estimados), China (3,4 milhões) Paquistão (2,1 milhões) Bangladesh (1,5 milhões), Uzbequistão (1,2 milhões), Coreia do Norte (1,1 milhões) e Rússia (1,04 milhões) são os sete países acima do milhão de “escravos”, embora tal resulte do facto de serem dos países mais populosos do mundo.

No lado oposto, Luxemburgo (100 pessoas), Islândia (400), Barbados (600), Nova Zelândia (800), Irlanda (800) e Noruega (900) são os países com menor estimativa de casos de escravatura moderna.

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