A Google começou a construir um carro que se conduz sozinho e espera começar a testá-lo ainda este ano. Para a empresa, este carro marca uma viragem na adaptação de outros veículos e na missão de inovar no transporte individual que precisa apenas de uma função "stop-and-go".
"Não terá guiador, acelerador ou travão, porque não precisará deles. O nosso software e os nossos sensores farão todo o trabalho", adiantou a Google. A marca norte-americana retira assim a possibilidade de uma pessoa poder controlar o veículo.
A empresa construiu um veículo de dois lugares e velocidade limitada a 40 km/h, alimentados por uma bateria. A ideia da Google é que o protótipo circule dentro das cidades e planeia construir cerca de 100 protótipos. Ainda este ano os seus colaboradores vão começar a testar versões provisórias com comandos manuais.
O diretor do projeto, Christopher Urmson, justificou a retirada do controlo humano do veículo por ter visto "algumas situações que nos puseram nervosos", segundo indicou ao The New York Times.
O Homem é substituído por sensores eletrónicos com vista panorâmica até cerca de 200 metros em todas as direções. Os espelhos retrovisores mantêm-se no veículo por questões de homologação. O veículo tem um formato semelhante a um Smart.
O controlo humano está restringido a dois botões: um de arranque e outro de paragem de emergência ("e-stop"), com uma utilização diferente face ao travão convencional.
A ligação ao veículo também se faz através de uma aplicação para dispositivos móveis e que permite, por exemplo, "chamar" o carro em caso de necessidade.
A tecnológica adianta ainda que não tem planos para comercializar o veículo nos Estados Unidos. Encontra-se mais preparada para fornecer componente a outras marcas do setor automóvel.
Os responsáveis do projeto consideram que um futuro carro automatizado poderá ser utilizado como táxi em Manhattan, uma das principais metrópoles do mundo. A Google deverá ter pela frente fortes restrições em termos de homologação. A legislação atual permite o uso de carros automatizados, mas com a possibilidade de controlo humano em caso de emergência, o que não acontece neste caso.
A construção de um carro próprio marca uma nova fase no projeto de carros da Google. No início deste processo, em 2010, a marca norte-americana utilizou um veículo convencional, com possibilidade de apoio humano em caso de emergência.
Sergey Brin, cofundador da empresa, disse numa conferência que a empresa começou a olhar "a partir do zero para o que devia ser um carro que se guiasse sozinho".
Para já, a Google tem reutilizado carros da Honda e da Lexus para os seus testes.
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