Os portugueses pedem, em média, 189 mil euros de crédito para construir casa no país e esperam cerca de 414 dias, ou seja, perto de 14 meses, para verem a obra concluída.
Estas são as principais conclusões do estudo “Construir Casa: Motivações e experiências de quem construiu casa nos últimos 2 anos”, realizado pela UCI com a SPIRITUC — Investigação Aplicada, onde foram inquiridas 611 pessoas, de todas as regiões do país, que pediram crédito habitação nos últimos 24 meses. O inquérito foi complementado com a análise dos resultados por um grupo de arquitetos.
Espera para obtenção de licença é superior a três meses
De acordo com o referido estudo, 39,8% das pessoas adquiriram o terreno para a construção da casa com capitais próprios, enquanto 35% receberam o terreno de herança ou doação. Estas pessoas tiveram de esperar em média 105 dias para receberem a licença de construção, sendo esse prazo cumprido em 86,6% das situações, enquanto nas restantes 13,4% o tempo médio foi de apenas 70 dias.
Já no que respeita a tempo médio previsto para a elaboração dos projetos, este chegou a 155 dias, sendo este prazo cumprido na maioria dos casos, derrapando para uma média de 159 dias apenas em 14,7% das situações.
Encontrar o terreno com as características desejadas é a principal dificuldade referida durante a primeira fase de construção (36,8%), com a burocracia para aprovação do projeto e licenciamento a ocupar logo o segundo lugar no topo das complicações, com 34,4%. A dificuldade em encontrar um terreno na localização pretendida atinge os 29%, enquanto 5,9% referem o financiamento do projeto.
Maioria depende de crédito para construir casa
Os 189 mil euros de valor médio para crédito à construção representa 64,3% do custo total da obra. A burocracia volta a ser um dos problemas, sendo mencionada por 30,4% dos inquiridos, seguindo-se o valor elevado da prestação (17,6%), o tempo necessário para aprovação (16,1%) e o valor disponível para entrada muito baixo (16,1%).
Cerca de 55% das pessoas inquiridas no estudo teve de recorrer a crédito para a construção e, desse total, 29,3% tiveram o crédito como única fonte de financiamento, enquanto 25,7% contaram também com capitais próprios.
Alvenaria lidera e casas modulares ganham espaço
Quanto aos métodos de construção, 55,3% ainda optam por alvenaria, embora as casas modulares estejam em crescimento, chegando já aos 27,8%. As casas em madeira surgem com 10,3%. O preço continua a ser o critério que mais influencia a escolha dos materiais utilizados em obra (77,3%), seguindo-se o conforto (62,8%) e a sustentabilidade (50,1%).
Relativamente à execução da obra, a esmagadora maioria (72,5%) optou por uma empresa de construção, com apenas 18,5% a optar por remeter a obra para um familiar ou amigo.
Uma das novidades é o facto de ser contrariada a perceção de que as obras em Portugal costumam derrapar no orçamento. De acordo com esta análise, 86,4% dos inquiridos afirma que o orçamento foi cumprido. Das poucas situações em que isso não aconteceu, as causas que estiveram na origem foram o aumento dos preços causado pela inflação (56,1%), as alterações ao projeto inicial (46,3%), atrasos na obra (39%), custos mal estimados (39%) e falta de mão de obra (12,2%). O prazo previsto de construção também foi cumprido em 85% dos casos, com uma média de 414 dias.
Personalização do imóvel como principal fator decisivo
O estudo “Construir Casa: Motivações e experiências de quem construiu casa nos últimos 2 anos” revela ainda que 63,2% das pessoas opta por construir a sua própria habitação pelo motivo de poder personalizá-la. Outros 49,1% destacam a garantia de qualidade de construção, enquanto 36,7% referem a garantia de sustentabilidade como principal fator.
O distrito de residência atual dos inquiridos é o escolhido para a construção da nova casa em 92,6% dos casos, devido à proximidade de familiares e amigos e pelos bons acessos.
Sustentabilidade como pilar da decisão
Mais de metade dos inquiridos (59,7%) sublinha a importância da sustentabilidade como fator importante na decisão de construir a própria casa, com 56,2% a mencionarem o isolamento térmico e a cobertura para redução do consumo de eletricidade e aquecimento, 46,3% justificam com a maximização da luz/calor natural e 30,6% referem a boa classificação energética.
A resistência a desastres naturais é também muito relevante para a maioria das pessoas (77,8%), com 81,5% a incluir no projeto formas de tornar os imóveis mais resistentes a esses fenómenos. No total, 82% dos inquiridos conseguiu cumprir todas as preocupações relativas à sustentabilidade no momento da construção.
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