Truques para transacionar um imóvel com carga negativa. Descontos nos preços podem ser oportunidade de negócio.
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Como vender uma casa onde houve mortes...
Domicílio em Madrid do "Caníbal de Ventas" idealista/news

Uma morte natural, um falecimento por Síndrome de Diógenes, um suicídio ou um homicídio... Comprarias uma casa onde ocorreu um acontecimento traumático, como um crime, por exemplo? Este tipo de coisas afetam-te ou és completamente indiferente a viver com "almas passadas", sobretudo em casos de violência? E estes são fatores que afetam os preços de venda das casas? Contamos-te os truques das agências imobiliárias do país vizinho para colocarem estes ativos no mercado.

Não há dúvidas de que vender casas que foram palco de crimes é uma tarefa difícil assumida pelos profissionais do setor, mas é possível. Os especialistas dizem que este tipo de imóveis podem sofrer uma desvalorização entre 20% e 50%, face aos preços de mercado, havendo, no entanto, forma de minimizar as perdas e acelerar o tempo de realização da transação.

Quais são então as técnicas que uma agência imobiliária pode utilizar para fechar este tipo de negócios?

Desde a rede Comprarcasa, e baseados em experiência própria, dizem que o melhor é tirar partido da situação. Depois de confrontados com a anulação de uma venda, já com a operação acordada e pago o sinal - porque o comprador soube entretanto que em causa estava o edifício que somava mais mortes em Madrid -, a mediadora decidiu dar a volta ao assunto. "Que fizemos? Apostámos num marketing negro: se gostas do esotérico, temos a tua casa", conta Toni Expósito, CEO da Comprarcasa, frisando que "afinal este é um tipo de informação que não se pode ocultar ao comprador".

Ainda assim, o responsável reconhece que demorou a vender-se, porque este tipo de acontecimentos faz reduzir o número de interessados e leva à baixa de preço. "De quanto dinheiro falamos? Talvez um desconto de 30.000 euros numa casa de 240.000 euros".

Esta perceção de que há que ter paciência é crítica quando se trabalham estes imóveis. Isso mesmo reitera um assessor imobiliário norte-americano que se especializou no negócio de venda das chamadas "casas malditas". Randal Bell recorda, por exemplo, o caso dos donos da casa em Los Angeles onde Charles Manson e ajudantes assassinaram Sharon Tate, a mulher de Roman Polanski, e outras quatro pessoas. Os proprietários acabaram por decidir continuar a viver no cenário do crime e só conseguiram vender a casa depois de 20 anos da data do sucedido.

Jesús Duque, vice-presidente da Alfa Inmobiliaria, é, por sua vez, categórico ao afirmar que se recusaria a vender este tipo de casas. Argumenta que "uma agência não tem ferramentas para saber o que aconteceu antes num imóvel, salvo que o proprietário conte e o mais habitual é que não o faça".

E se essa informação é revelada, este profissional do setor imobiliário diz que rejeitaria o negócio, afirmando que se não quer a casa para si, não a quer para ninguém, mesmo com um super desconto, alegando que existem estudos que afirmam que nestes casos se criam campos energéticos que afetam a saúde. Reforça que não poderia ocultar ao cliente este tipo de informação, nem transformá-la, por questões de transparência. "Tal como quando se comercializa uma casa com um vizinho ruidoso, isso há que contar".

Então, se é verdade que essa energia fica numa casa, o que se pode fazer para acabar com ela? "Pois tal e qual como se fazem limpezas físicas, pode fazer-se uma limpeza energética", sugere Duque.

A energia não se destrói, apenas se transforma

"A energia permanece nos sítios, mas daí a dizer que sejam energias positivas ou negativas.... isso faz parte das crenças de cada um", afirma Lucía Sutil, douturada em  Psicologia, que dirige o master de Neuro Management da Universidad Rey Juan Carlos, em Madrid.

“Temos feito trabalhos de física quântica, por exemplo, medindo os campos de calor, que são energias. Faz-se uma foto de uma mão, por exemplo, apoiada numa mesa, com uma câmara térmica. Algum tempo depois volta a fazer-se essa foto, e já não está lá a mão na mesa, mas na fotografia continua a aparecer, pelo que calor que desprende". Mas essa massa de calor permanece no tempo? "Pela lógica, não. Vai transformar-se em outro tipo de energia", explica a catedrática.

A especialista em neuro marketing aponta algumas estratégias provadas cientificamente e que podem ajudar a vender estes imóveis. "Lançar aroma de café no dia em que se faz a visita é uma técnica, porque este aroma vai diretamente às estruturas subcorticais do cérebro, os odores levam a atuar, a tomar decisões. Acontece o mesmo se for espalhada oxitocina pela casa·", indica.

E como se faz uma limpeza energética de uma casa?

Victoria Braojos, da Ordem de Ayala, é médium e desde há vários anos que realiza limpezas energéticas, tanto de pessoas como de lares. Em que consistem? "Quando há um acontecimento fica um eco, como se fosse uma onda de rádio, para dar um exemplo. Há gente que capta, como se lhe desse um mau 'feelling', e outras pessoas que não. Essa espécie de onda pode significar que há um eco do passado ou que há uma energia, um espírito", explica. Também pode dar-se o caso de casas carregadas com energias negativas e que não se devem a qualquer tipo de crime. "Por exemplo, uma casa onde há um maltrato contínuo, isso acaba por impregnar o espaço", esclarece.

Para limpar estas casas levam-se a cabo vários rituais. "Eu traballho com os quatro elementos, água, ar, fogo e terra. Com incensos, com ervas, mas também com pedras, como o quartzo branco, que regenera a energia da casa, com feng shui...", acrescenta.

Se houve um crime e o espírito fica preso a esse lugar e está a afetar a casa "comprova-se se há realmente um espírito, contactando com ele". "E às vezes até pode haver vários. O que há que fazer nesses casos é ajudar a que se vão embora ou ajudar a que transmitam a sua mensagem", remata Braojos.

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