A decoradora Filipa Fleming explica o que é preciso fazer para criar espaços que tenham significado para quem os habita.
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estilos de decoração
Cortesia Filipa Fleming

O que é que o estilo de decoração de uma casa diz sobre as pessoas que a habitam? E como vou descobrir o meu estilo de decoração?  A casa é quase que uma extensão natural daquilo que somos, do que nos move e conta muito sobre a história de cada um e as suas próprias vivências. Mais do que o gosto e o estilo pessoal, a decoração expressa a personalidade, mas também o estado de espírito e tudo aquilo que, no fundo, desejamos que seja a nossa vida.

“É uma ação quase inconsciente, mas fazer escolhas e tomar decisões quando chega a hora de decorar a nossa casa, pode tornar-se um processo tumultuoso e longo se não soubermos colocar as questões certas para encontrar o verdadeiro “eu””, explica ao idealista/news a decoradora Filipa Fleming.

decorar a casa
Cortesia Filipa Fleming

A especialista conta como é que que faz para conseguir captar a “essência” de cada cliente e criar espaços que tenham significado para quem os habita.  “Acabamos por ser muito ‘intrometidos’ na vida dos clientes. Queremos saber tudo: do que gostam, quais os seus hobbies, hábitos, rotinas, rituais, viagens, desejos e necessidades. Se gosta de cozinhar, de conviver, de receber amigos… tudo isto faz sentido para construir com o cliente o projeto de interiores da sua residência”, refere, até porque, diz,  “a decoração da casa de cada um não exprime apenas uma estética, é um reflexo da sua personalidade, dos seus gostos, do seu estilo de vida, das suas recordações.”

Na opinião da decoradora “cada casa tem de ser única” e cada trabalho tem um contexto, a começar nas razões pelas quais se inicia um projeto de decoração de interiores. A pessoa pode querer “começar uma nova vida” e desfazer-se de tudo o que compunha a decoração da sua casa, ou pelo contrário, “pretende reutilizar peças antigas, com história ou valor sentimental, conjugando-as com objetos funcionais e adaptados às necessidades atuais e conforto diário.”

como decorar a casa
Cortesia Filipa Fleming

Para isso, a comunicação é fundamental e Filipa Fleming diz mesmo que é preciso “trabalhar com os 5 sentidos”, já que tudo é importante: os aromas, as cores, os padrões, as texturas, o toque dos tecidos, os objetos decorativos. Tudo isto define uma estética, mas acima de tudo diz muito sobre a pessoa.

Para ajudar-te a encontrar o ambiente certo para a casa, Filipa Fleming destaca três estilos de decoração bastante comuns e relaciona-os com traços de personalidade. Com qual é que mais te identificas?

estilos de decoração
Cortesia Filipa Fleming

Aprecias a simplicidade e o desapego?

O estilo escandinavo (ou nórdico), que é caracterizado por texturas naturais, cores neutras, predomínio de madeiras claras e recurso a plantas e liga bem com pessoas simples, organizadas e desprendidas. “Gostam de ambientes ‘clean’, pouco saturados e, normalmente, sentem-se bem na natureza e ao ar livre”, explica Filipa Fleming.

Preferes elegância e peças únicas?

O estilo contemporâneo é mais sofisticado e “quem escolhe este tipo de decoração gosta de investir no conforto, adquirindo peças-chave, únicas, neutras e de boa qualidade. Diria até que são apreciadores de arte e design”, nota Filipa Fleming.

Regra geral, estes espaços são compostos por uma base neutra, de linhas retas, madeiras nobres e pedras naturais, que tanto possibilita a utilização de peças mais coloridas e mais criativas (muitas vezes de autor) como peças mais clássicas. Pode dizer-se que é um estilo de transição e pode divergir em dois géneros: minimalista tradicional e um estilo moderno arrojado, com mais personalidade.

Queres dar vida à tua personalidade bem vincada?

O estilo industrial tornou-se uma tendência e combina bem com pessoas urbanas com uma personalidade forte e muito própria. Dá um charme descontraído aos ambientes, que se querem práticos e ao mesmo tempo com um ar moderno e atual. Prevalecem os tons metalizados, pretos, madeiras mais rústicas e escuras e pode andar a par com o estilo vintage. “É quase que uma decoração ‘inacabada’ e arrisco dizer que são pessoas que adoram viajar e comprar objetos com história para ir completando o ambiente. Têm gosto pela decoração e criam memórias afetivas. Usam também peças de família, que assumem na decoração um significado muito especial”, salienta Filipa Fleming.

Se já conseguiste identificar o estilo (ou estilos) de decoração que melhor se ajustam ao teu perfil agora só tens de te inspirar para dar vida ao teu projeto. Se a casa mostra a tua personalidade, então as escolhas têm de ser cuidadas para ter o ambiente que desejas e sentires-te envolvido por uma agradável sensação de bem-estar. 

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