
Desde tempos remotos que as vilas são locais onde a aristocracia e a alta sociedade desfrutam do seu próprio refúgio, longe da agitação da cidade. Estão geralmente localizadas em colinas e nos arredores das grandes cidades e distinguem-se pela sua grandiosa arquitetura, bem como pelo respeito pela natureza.
Hoje, estas vilas romanas e renascentistas influenciam a arquitetura contemporânea, pois continuam a ser um modelo a seguir, embora adaptado às necessidades atuais. Nos arredores de Praga, capital da República Checa, a Villa Sidonius foi erguida como uma obra moderna que reinterpreta as vilas históricas que caracterizam a região.

Uma casa feita de aço preto
A Villa Sidonius, localizada num terreno inclinado nos arredores de Praga, é uma obra do estúdio local Stempel & Tesar. A casa está erguida sobre suportes de betão que funcionam como uma ponte, elevando a estrutura de aço preto e criando um aspeto leve e flutuante com vista para o Vale Berounka. O atelier descreve-o como uma “experiência estrutural, arquitetónica e tecnológica”.
O bairro onde se situa a villa é composto por grandes casas históricas, algumas das quais com mais de cem anos. A nova villa mantém uma escala semelhante, mas afasta-se da arquitetura tradicional local por ser projetada num único piso, aberto e cheio de luz, criando um contraste com a topografia do terreno. O conceito da estrutura em forma de ponte escolhida facilita a ligação entre a paisagem e a habitação sem comprometer a funcionalidade do espaço.

O aço preto com que é feita a estrutura da Villa Sidonius foi escolhido pela sua facilidade de transporte e montagem. No edifício, o material é utilizado para emoldurar grandes janelas e portas de correr que envolvem toda a casa, permitindo que a luz natural penetre no interior e ofereça vistas panorâmicas da paisagem. O design da vila é minimalista, com interiores monocromáticos que enfatizam a ligação com o exterior.

Elevadores e túneis de acesso
O acesso à aldeia é feito através de um túnel que começa ao nível da rua, atravessa a colina e leva a um elevador escondido dentro de um dos suportes de betão, permitindo aos residentes aceder diretamente à zona de estar da aldeia. Esta abordagem não só considera os desníveis topográficos, como também introduz um elemento de surpresa e sofisticação no design.
O interior da villa está organizado em plano aberto. O espaço central, que alberga a sala de estar, a sala de jantar e a cozinha, é ladeado pelo quarto principal a noroeste e por dois quartos de crianças a sudeste. As partes salientes da 'ponte' contêm dois mundos diferentes: o mundo dos quartos das crianças numa extremidade e o quarto principal na outra, explica o estúdio, destacando a divisão entre os espaços privados dos adultos e das crianças.

O acesso à casa pela estrada é feito através de um muro de betão e de um volume branco que alberga a garagem e uma zona de ginásio. Este volume abre para um pequeno pátio, que se estende até um terraço com varanda envidraçada. Grandes janelas na fachada norte oferecem vistas da paisagem, enquanto portas de correr na fachada sul ligam o interior com um terraço paisagístico e uma piscina.
Os espaços exteriores foram concebidos em colaboração com o arquiteto paisagista Vladimir Sitta, que projetou o jardim das traseiras como uma área de relvado, enquanto a frente da vila, que se encontra numa encosta, está decorada com placas de ardósia e bétulas, criando uma transição suave entre a arquitetura e o ambiente natural.



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